Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

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Mai 11

 

A vida de um aluno universitário marca-se pela agenda preenchida e falta de tempo para descanso. Desde aulas, trabalhos, frequências e exames finais, até à socialização inerente à vida académica; um jovem universitário raramente tem tempo para si. Existem porém vários indivíduos que paralelamente ao seu estudo mantêm um emprego ou participam em actividades extra-curriculares (dança, artes marciais, multimédia, etc).

 

Uma das actividades com mais aderência é a "música".

João Mota é um desses indivíduos, aluno do primeiro ano de Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona do Porto (ULP), também é aluno no Fórum Cultural de Gulpilhares. Com o ensino básico de piano (5º Grau) e a Formação musical do Ensino Complementar (8º Grau) completo. Encontra-se neste momento a frequentar o 4ºGrau de Viola dedilhada, o 1º Ano a História da Música e 2º Ano de Análises e Técnicas de Composição. São várias disciplinas, que necessitam de várias horas de dedicação. Tal

tempo é díficil de arranjar e de organizar. Antes de ingressar no ensino superior dedicava em média 3 a 4 horas por dia a tocar o instrumento. Atualmente consegue tocar por dia 1 hora apenas.

 

O jovem admite encontrar dificuldades “...na distribuição do tempo”, sendo necessária uma avaliação de prioridades. Mas também encontra vantagens: “Continuo a estudar música porque gosto e penso que é uma mais valia para mim no futuro. E também aumenta a minha cultura”, eis a resposta para o porquê de continuar em música com as dificuldades que encontra em conciliar ambos mundos.

Outrora um ensino elitista assombrado pela crença que só se pode ser músico desde pequenino, o número de alunos de todas as idades (desde os 6 anos até aos 50) tem vindo a aumentar, tal como o contraste social e monetário também.

 

 

Localizado em Vila Nova de Gaia, o Fórum Cultural de Gulpilhares é uma das muitas escolas oficiais privadas de música no país. Tendo aberto as portas Oficialmente em 1997 (já existia préviamente), tem desde então leccionado o Ensino Artístico Especializado através do ensino articulado e nãoarticulado, cursos oficiais e livres.

Fundada e dirigida pelo Maestro Ramiro Lopes, a escola tem cursos especializados e oficiais nos seguintes instrumentos: violino, violoncelo, piano, canto, flaute transversal, óboe, trompete, trombone, harpa, clarinete, acordeão, percussão e saxofone.

A escola possui actualmente 230 alunos, incluindo cursos oficiais e livres. Dentro deste número mais de metade (70%) dos alunos encontram-se em ensino articulado, e grande parte (96%) pertence aos cursos oficiais. Ainda menor é o número de alunos que paralelamente ao ensino artístico especializado frequentam o ensino superior: sete. Coicidentemente, dos sete alunos, três frequentam a Universidade Lusófona do Porto no curso de Ciências da Comunicação e da Cultura - Jornalismo, um respectivamente em cada ano.

 

 

 

 

 

Tal é o caso de Simão Arinto que só foi “mordido pelo bichinho da música” aos 18 anos. Inscreveu-se na escola não-oficial “Fermúsica” e é lá que atende às aulas e tem evoluído com muita rapidez. Frequentava o segundo ano no curso de Comunicação Audiovisual e Multimédia na ULP quando decidiu dedicar-se à música por inteiro. Atualmente estuda para fazer acumulação de anos a Guitarra e Formação Musical para poder concorrer ao Conservatório de Música do Porto. É de salientar, que as escolas oficiais de música estabelecem requisitos minímos que devem ser cumprindos, entre eles, a avaliação de capacidades musicas através de provas de acesso.

 

Fundada em 1983, a Escola Fermúsica destaca-se por ensinar vários gêneros musicas (desde música clássica a heavy-metal). Não possui algum paralelismo com o organismo oficial de ensino musical, como tal não é reconhecido oficialmente aos seus alunos os graus de instrumento e formação musical. No entanto, a escola apoia quem queira seguir "música" no ensino superior, preparando o aluno para os exames oficiais (efectuados noutro estabelecimento).O número de alunos tem vindo a aumentar de ano para ano, rondando os 100 atualmente.
O momento alto do ano letivo é a festa final, onde todos se apresentam a familiares, amigos e até desconhecidos! Marcada ficou a festa do ano de 2008, onde uma "set-list" com muita música pesada (Iron Maiden, Metallica, Guns N'Roses, etc), chamou a atenção de quem passava: "Eles ouviram a música da rua e começaram a pedir para entrar. Chegou a uma altura que deixamos de ver quem tinha bilhete. Grande parte dessas pessoas, são nossas alunas agora", declara a Directora/Fundadora Fernanda Correia da Silva.

          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi no saxofone que Sílvia Silva encontrou o seu instrumento de eleição. Frequenta o ensino musical à dez anos. Planeia concluir este ano o Ensino Complementar (8º Grau) a Saxofone e Formação Musical. As disciplinas de Análises e Técnicas de Composição e História da Música (necessárias para o diploma de ensino complementar especializado artístico) passaram para último plano, planeando concluí-las no ano lectivo de 2011/2012. 

Sílvia é uma dos vários alunos que encontram grandes dificuldades em balançar os dois cursos. A 1 hora por dia que dedicava ao instrumento de sopro passou para 3 horas por semana. As vantagens de uma formação musical são simples: alternativa no mercado de trabalho. Quando inquirida sobre o porquê de continuar quando significa um horário tão carregado, Sílvia apenas respondeu que “tens as suas vantagens, eu gosto e faz bem ao stress!”.

 

publicado por nastacha às 22:55

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