Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

05
Abr 13

 

Na ilha do Pico
Luís Henrique Pereira tem 43 anos e é um jornalista que dedica-se à produção de documentários para a RTP. No dia 3 de março foi convidado a falar sobre esta profissão única em Portugal, uma ambição que persegue desde pequeno. Para ele, a chave para o sucesso está no gosto incondicional pela Natureza.
Esta na profissão desde 1989, quando ingressou na Rádio Renascença. Mas só em 1994 é que foi para a RTP. Neste momento é o único jornalista em Portugal especializado na área do ambiente. Venceu o prémio Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (sigla FAPAS) dia 27 de março deste ano, pelo programa “A Vida Animal em Portugal e no Mundo”, o primeiro desde género a nível nacional. Ainda, orgulha-se de ter concebido Wildlife Film-Making, trabalho científico que incide-se sobre a área do documentarismo da vida selvagem. 
Os minidocumentários, como lhes chama, são algo que sempre o fascinaram desde tenra idade. Ao invés de colecionar cromos de por exemplo desporto, preferia antes os catálogos de borboletas e mamíferos. Por ter passado parte da infância numa biblioteca, lia tudo o que era relacionado com a Natureza, desde plantas a animais. Livros como A Vida na Terra e O Planeta Vivo, de David Attenborough, Fauna, de Rodírguez de la Fuente e O Mundo Submarino, de Jacques-Yves Cousteau são as maiores inspirações. 

 

 

 

Este amor pela Natureza evolui para um olhar científico. A licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade Fernando Pessoa, permitiu-lhe chegar aos meios ideais para mostrar às pessoas as rotinas dos animais, habitats e a flora locais.

 

Na Amazónia, com uma anaconda
                                                                                                     
Nunca abandonou a paixão pelo ambiente, considerando-se um naturalista. Reconhece que é preciso um enorme respeito pela fauna e flora, pois capturar animais em habitat selvagem não é fácil, com o imprevisível sempre à espreita. Usar camuflados, estar sempre contra o vento e esconder-se na sombra são ações indispensáveis para passar o menos despercebido na vida animal. O caderno de campo acompanha-o sempre, sendo a peça fundamental para um jornalista realizador se dedicar à vida selvagem. Os trabalhos incluem filmagens em locais como Amazónia, África e a nível nacional Douro e Açores. Não tem nenhum tabu relativamente a espécies de animais: para ele, o homem é o animal mais perigoso.
                                                                                                                                   
   Deserto Vermelho, Santa Maria
É preciso uma grande devoção, desde logo tem de haver cumplicidade entre o operador de câmara e o jornalista. Uma irmandade necessária para a predisposição a filmar durante semanas, meses ou anos para captar imagens em locais quase inacessíveis e a qualquer hora do dia e temperatura. “É o gosto que nos move, a magia do trabalho em ir para um terreno que nos é hostil, esperar pelas imagens e não forçar nada. Procura a CENA, e não uma cena”.
No blogue de Luís estão disponibilizados alguns dos trabalhos realizados, desde a reportagem dos Grande Cetáceos nos Açores, Insectos Dominam Planeta, Cegonha Preta em Nidificação como também uma peça sobre a entrega do prémio FAPAS, no Parque Biológico de Gaia.
Para projetos futuros, planeia fazer um documentário em pleno, com uma grande investigação. “A vida animal em 4 estações” e “Aves de Portugal” são as ambições que pretende realizar. Nunca abandonará a Natureza, uma ligação que esperar perdurar muitos anos.
Palavras-chave: Ambiente; Natureza; Jornalismo; Documentário
Por: João Mota
publicado por jonasmota às 12:14

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