Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

13
Abr 12

O filme de Geoge Clooney relata o confronto entre os media e o Estado face ao poder da informação na década de 50, durante a Guerra Fria, que opôs os Estados Unidos da América à União Soviética. Apesar de se situar temporalmente neste período histórico, o filme retrata realidades actuais e denuncia valores e interesses que ainda hoje movem televisões.

 

Na história, o apresentador televisivo Edward Murrow usa o seu programa para transmitir  opiniões e difundir os seus ideais comunistas. O apresentador afirma, no início do filme, que  «A nossa História será aquilo que fizermos dela», colocando em causa a liderança mundial dos Estados Unidos da América e rompendo com os valores adquiridos e não questionados pelo resignado povo americano. Desta forma, Murrow enfrenta o poder político, representado no filme na figura do senador Joseph McCarthy. O filme confronta o espectador com a fragilidade da História que, para a classe política representada, tem dois lados igualmente válidos. O jornalismo enfrenta pressões diversas, mas as pressões políticas têm peso para modificar verdades e factos, quer pela omissão, quer pela censura opinativa e analítica.

 

Por outro lado, os constrangimentos financeiros levam o canal televisivo CBS a impor a autocensura. Este tipo de constrangimentos são representados em Boa Noite e Boa Sorte pela empresa Alcoa, patrocinadora do canal que, no final do filme, retira o patrocínio. Ilustram-se, assim, as barreiras colocadas aos jornalistas no exercício da sua profissão: o contorno de alguns factos e a selecção das declarações exibidas garantem uma mensagem aparentemente clara e inócua mas questionável e tendenciosa.

 

Murray mantinha-se fiel às convicções e surge como um fósforo no filme, revelando contradições de McCarthy e acendendo uma discussão, ignorando pressões externas e internas. O próprio director de programas, adepto de jornalismo conservador, afirma que «Todos nós fazemos censura», numa tentativa de desmotivar o espírito irreverente e inconformista do jornalista.

 

No final do filme, Murray discursa sobre a utilidade da televisão e afirma que  «A televisão pode ensinar», não devendo ser encarada apenas como uma fonte de entretenimento, mas também como um meio de comunicação capaz de tornar os seus espectadores cidadãos informados e conscientes da realidade e incentivá-los à luta pela verdade e ao confronto com o poder económico e político que rege tudo à sua volta.

publicado por jessicasantos às 13:08

17
Jun 10

 

"Story-line"

 

Realizado por Kevin McDonald, este filme é baseado numa série política da BBC. Com nomes sonantes no seu elenco principal, como Russell Crowe, Ben Affleck, Harry Lennix e Rachel McAdams, “State of Play”, conta uma história que aborda as reviravoltas e conspirações político-militares. Ao mesmo tempo que entramos numa rede de informações e transformações, dadas e muito bem pelo excelente argumento, damos conta de que este não é só mais um Thriller Político mas sim o bom resultado de uma investigação fictícia que consegue prender-nos ao ecrã.  Neste caso, trata-se de uma investigação com final feliz, carregada de perspicácia do jornalista. É um argumento complexo que requer bastante atenção mas que deixa transparecer o brilhantismo e talento de McDonald.

 


 

1.Com bom resultado, mas com estrutura previsível, Intrigas de Estado vale como um entretenimento passageiro.”


 

 


publicado por carlacoelho às 23:01

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