Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

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Mai 11

Manuel Fernandes Silva, foi o 4º convidado da disciplina Jornalismo Especializado. O jornalista da RTP partilhou as suas experiências e a sua visão do mundo do desporto e do jornalismo desportivo.

Segundo Manuel Fernandes Silva, para se ser um bom jornalista desportivo é necessário possuir/desenvolver duas características: 1º ser um bom jornalista, respeitando o código deontológico e tudo que esse acarrenta; e 2º possuir algums conhecimentos de desporto, salientando que “não é necessário perceber tanto de futebol como o José Mourinho, ou de basquetebol como o Michael Jordan”. Ser jornalista desportivo em Portugal, é ser “um camaleão” onde tem que se adaptar ao evento que está a cobrir de forma a realizar o melhor trabalho possível. Enquanto que num jogo internacional, o jornalista possa adoptar uma posição mais “nacionalista” perante a equipa portuguesa. Numa transmissão de um jogo nacional, o jornalista seria críticado se assumisse algo para além de uma posição neutra. Outro factor que condiciona o jornalismo desportivo em Portugal, é poder dos clubes, que utilizam tudo para poderem obter lucros. Um jornalista só pode entrevistar um jogador com a autorização do clube e sob algumas condicionantes: é o clube que escolhe o local e a hora.

 

Num país onde o Futebol é o “desporto rei”, o jornalista opina que os clubes de outras modalidades desportivas deviam desenvolver campanhas publicitárias como, publicitar as suas iniciativas nas agências de comunicação, de forma a se auto-promoverem. Dentro dos “jogos de marketing” não há clubes que melhor os saibam jogar como os clubes de futebol. Com milhares de apoiantes e um grande poder financeiro, os grandes clubes futebolistícos não dependem só do jogo em si, mas também da atenção que tal jogo fornece. Nada é deixado ao acaso, desde os equipamentos que os jogadores vestem (onde se pode ler as marcas dos patrocionadores) até aos placares publicitários que podem ser vistos nas entrevistas aos jogadores. É uma “máquina de dinheiro” que os clubes manejam habilmente e com controlo total.

 

 Outro assunto tratado, foi a rivalidade existente entre vários clubes de futebol portugueses e o perigo que tais rivalidades por vezes originam. Estas rivalidades advém de os portugueses não terem perspectiva do jogo pelo jogo, mas sim dos clubes que o jogam, “não são adeptos do futebol, mas sim dos clubes”. Enquanto estas rivalidades forem alimentadas, até pelos líderes dos clubes, Portugal continuará a ter adeptos do futebol perigosos e instáveis. Relembrando, algumas experiências vividas na sua profissão, sendo uma delas passada nos Jogos Olímpicos da China onde dependeu de um taxista para ser o seu tradutor/guia. O jornalista desportivo finalizou a sessão com boa disposição. Não sendo de esquecer o que ele afirmou várias vezes ao longo da sessão, “Quero que o meu trabalho seja bom, imparcial e que agrade e que a mensagem passe!”.

 

Lara Costa

publicado por nastacha às 12:18

 Manuel Fernandes, Jornalista Desportivo da RTP, participou na aula de Jornalismo Especializado, enriquecendo os alunos com as suas experiências, enquanto profissional nesta área.

 

Na sua primeira abordagem, menciona que não existem regras para o Jornalismo na área desportiva, contudo, a presença da imparcialidade e da objetividade são necessárias para o exercício da profissão. Afirma, que são características que têm de estar subjacentes, mesmo que um jornalista tenha simpatia por algum clube.

 

Para Manuel Fernandes o jornalismo desportivo não é uma ciência oculta, embora careça de conhecimentos científicos, não sendo necessária uma especialização técnica, ou seja, o jornalista desportivo, não tem que saber de todas as técnicas de futebol como o Treinador José Mourinho, ou de Basquetebol como o Jogador Michael Jordan.

O jornalista desportivo tem de saber essencialmente de Jornalismo, agregado ao facto de ter conhecimentos sobre a matéria, para poder compreender e analisar o fenómeno desportivo, que é uma área melindrosa e perpétua a sentimentos extremos.

 

 

 

Jornalista Desportivo = Camaleão

Manuel Fernandes assenta uma vez mais, que as ideias de imparcialidade e objetividade são de extrema importância para o jornalismo, mas há uma exceção na área do desporto que se prende com a narração.

Dando exemplos como na Rádio, em que o trabalho pode não ser meramente jornalístico, porque é relatada uma dinâmica no discurso do jornalista. Recorda inclusive, a forma hilariante de relato do jornalista e locutor desportivo Jorge Perestrelo na TSF, quando anunciava golo.

Na Televisão, afirma que, existem espaços de transmissão, onde o jornalista tenta demonstrar sensações e opiniões, que passam para além do trabalho jornalístico. Nestas transmissões, tentam transportar para o telespetador as sensações e a zona envolvente através do trabalho do Repórter de Pista (tem como missão ser uma câmara de filmar que não existe) e de toda a Produção.

Em algumas situações de jornalismo desportivo, o público recebe com afetividade as emoções do jornalista, como por exemplo, num encontro de jogo da seleção nacional, onde há uma ideia concebida que o jornalista deve apoiar a seleção, mas tal, não pode acontecer nos jogos nacionais, em que deve de ter uma postura isenta.

Por tudo isto, é necessário que o jornalista dê emoção ao trabalho, Manuel Fernandes deixa em aberto a questão, se esta técnica se poderá enquadrar num trabalho que comporta a ética Jornalística.

 

 

Treinadores de Bancada

Para o Jornalista convidado, o público tem uma opinião formada, os chamados “treinadores de bancada” que são bastante exigentes com os jornalistas, procurando neles uma opinião semelhante ou até divergente sobre o assunto.

 

 

 

Futebol em Portugal: O domínio das emoções e do lucro

Manuel Fernandes afirma que os portugueses são apaixonados por futebol, refletindo que os programas mais vistos na televisão portuguesa são transmissões de futebol. Abordando para o facto que os três grandes clubes, são as maiores instituições desportivas em termos de número de adeptos, estes, refletem uma realidade incontornável e que os meios de comunicação social exploram.

Em forma de opinião, para o jornalista, o outros clubes e modalidades, menos mediáticos, deverão promoverem iniciativas, através de estratégias de comunicação que possam ser interessantes para a imprensa.

Torna-se complicado para o jornalista fazer noticias sobre futebol nos grandes clubes, porque os assessores dos mesmos o impedem. Todos os contactos com a Imprensa, são regulamentadas pelos clubes, porque há um controlo publicitário dos patrocinadores. É um negócio rentável para o clube quando o jornalista entrevista um jogador, tendo como fundo a imagem de um painel de publicidade dos patrocinadores.

Para reforçar a ideia, Manuel Fernandes afirma que o desporto projeta-se no negócio, e que por vezes, há um aproveitamento do trabalho jornalístico para outros fins. Como curiosidade, numa transmissão, há profissionais destacados, somente, para contabilizar o tempo e número de vezes que determinada publicidade aparece no jogo e depois, esses números são comunicados aos patrocinadores. “Nada é deixado ao acaso, tudo é uma fonte de lucro” e a Olivedesportos que a empresa responsável pela publicidade estática, é líder nessa matéria.

 

Este impulso mediático pelo futebol deve-se ao aparecimentos das televisões privadas, em meados dos anos 90, pois só apartir dessa altura, é que valeu a pena investir na transmissão do futebol aliada à guerra de audiências e o retorno económico das agências de comunicação.

 

O Pivot, finaliza, afirmando que o Futebol não garante a liderança de audiência, mas é um produto muito atrativo para os Media e não só...

 

Por: Anabela Pestana

 

publicado por anabelapestana às 03:30

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