Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

12
Abr 12

BOA NOITE E BOA SORTE

 

 

 

 

 

 

           

 

Boa noite e boa sorte, era a frase com que o jornalista Edward. R. Murrow, terminava o seu programa na cadeia de televisão CBS.

 

Este filme, trata de vários conflitos polémicos, entre políticos, militares, e empresas de jornalismo cuja vertente económica tem força para pressionar no sentido de obter favores.    

 

Nos Anos cinquenta, início da televisão, onde os métodos eram muito básicos quase primitivos e os programas eram baseados no pensamento do jornalista que os colocava no ar. A pressão a que ficavam sujeitos pelos vários poderes e interesses era intensa e ditava a sua lei. O jornalismo passava por uma recriação a caminho de jornalismo televisivo.

 

 A televisão dava os seus primeiros passos, mas a cada dia tinha maior destaque junto das populações e na formação da opinião pública. 

 

Edward. R. Murrow, tinha então um programa que tratava atualidades várias e eram depois comentadas em direto pelo jornalista. Não havia teleponto, o jornalista fumava durante a emissão, opinava sobre os assuntos tratados, práticas que não são permitidas no jornalismo de hoje.

  Num desses comentários criticou um senador, presidente de uma comissão que julgava casos de pessoas acusadas de comunismo, e falou da falta de verdade dessas acusações, do aproveitamento politico por parte do senador e do modo como as mesmas decorriam

sem possibilidades de defesa por parte dos acusados. As acusações de comunismo eram frequentes na época pelo ponto alto da guerra fria entre e U.S.A e a U.R.S.S.    

 

 

 

Esta atitude do jornalista, de independência, até então pouco tentada no meio jornalístico, originou uma onda de protestos por parte dos visados e do sistema em geral, que levou a propia estação de televisão a levar a cabo pressões e ameaças de despedimento, a trocar os programas para horários menos nobres, refletindo o medo de perder clientes e audiências.     

 

Por outro lado esta situação criou uma onda de solidariedade entre os jornalistas que queriam ser independentes no que faziam. Rigor no tratamento da informação. Valores e princípios jornalísticos. Liberdade nos meios de comunicação. Formação de opinião pública. Eram algumas das práticas vedadas até então, que queriam poder levar a cabo, sem medo e sem pressões. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Isabel Fortes

publicado por isabelfortes às 21:34

23
Mai 11

 

  •  Dados e elenco:

 

O filme “Good night and good luck” é um filme de 2005, oriundo dos E.U.A, da categoria de drama, que teve como directores: George Clooney e Grant Heslov. De realçar ainda o título original do filme, que é uma alusão à frase com que o jornalista de referência americano, Edward Murrow, terminava todos os seus programas. Este filme, que ganhou seis prémios da Academia, conta com nomes como George Clooney, na pele de Fred Friendly, Robert Downey Jr, como Joseph Wershba (correspondente CBS), Jeff Daniels e David Strathairn, no papel chave e fulcral de Edward Murrow, jornalista e pivô do programa da CBS: “ See it now”.

 

  • Do que trata:

Este filme, que nos leva a uma recriação do jornalismo televisivo nos primórdios dos anos 50, é uma crónica do conflito passado entre o conhecido pivô de noticiário: Edward Murrow e o senador Joseph Mccarthy, durante a guerra fria. Com o desejo de desejo de comunicar os factos e clarificá-los perante o público, Murrow e a sua dedicada equipa, chefiada pelo produtor Fred Friendly e Joe Wershba, desafiaram pressões de patrocínio e corporativismo, para de certa forma examinar as mentiras e as tácticas alarmistas perpetradas por Mccarthy durante a sua “caça às bruxas” comunista.

O principal ponto a realçar neste filme é o facto de lidar com a “caça às bruxas” comunista, dos inícios dos anos 50 e de como a paranóia e medo tomou conta da política e da crença popular. Como resultado disto, vários jornalistas, político e artistas foram punidos de forma severa pelo aproveitamento do senador Joseph Mccarthy. Mostra-nos ainda a tentativa corajosa de Fred Friendly e Edward Murrow em derrubar Mccarthy, através de afirmações proferidas no seu programa. O filme corre realmente à volta destes dois homens, acima abordados, que juntamente com as suas fortes equipas, decidem e tomam a acção de total derrube de Mccarthy.Neste óbvio clima de medo e perseguição, a equipa da CBS continuou com o seu jornalismo independente de pressões, e viu o seu trabalho, de certa forma, ser compensado, quando o senador Mccarthy é trazido e “julgado” perante o senado, onde as suas mentiras e tácticas de intimidação acabam por ser finalmente desmascaradas.

 

 

  • Crítica e opinião:

Numa primeira abordagem, considero o trabalho de George Clooney excelente neste filme, no qual é director e actor, pois consegue transportar o material original para o filme e ao mesmo tempo misturá-lo com o material novo, sendo capaz de contar uma história, de facto, interessante. Considero a produção do filme igualmente formidável, pois apesar de ter sido filmado inteiramente a preto e branco (importante para emprestar uma maior fidelização histórica dos acontecimentos), foi modestamente orçamentado e realizado, ao serem também utilizados filmagens originais da época, com a utilização de samples de música jazz.

 

David Strathairn, a meu ver, desempenhou soberbamente o papel de Edward Murrow, pois actuou com uma sobriedade e rigor jornalístico incríveis, que, indubitavelmente, fazem falta ao jornalismo praticado nos nossos dias. Strathairn, com a sua personagem inspiradora(E.Murrow), elaborou discursos magníficos e passou a sua presença imponente ao público, que acaba por se traduzir num desempenho fantástico, que já não é novidade nenhuma, dado que é já um veterano.

 

 Sempre gostei de filmes políticos/históricos e o “Good night and good luck” não foi excepção. Todavia, para se entender o filme na sua totalidade, obriga as pessoas a vasculhar um pouco na história real, que levou a este filme, de forma a apreciar o filme ainda mais e perceber ainda melhor o enquadramento na história. O filme não se prende muito ao “background”, saltando fugazmente para a história central do mesmo.

Realço ainda a forma “fifties” apaixonante, como são lidas as notícias nos jornais, que fazem o público tomar conhecimento e navegar por entre as revoltas intriguistas da política dos anos 50, cujos únicos interesses eram, efectivamente, construir uma cultura de medo. Creio que  os temas abordados neste filme, tais como: liberdade, medo e a criação de inimigos imaginários, foram bem “discutidos” pelas personagens, e mais concretamente com os monólogos de Murrow.

O desempenho de Strainhairn, como já referi anteriormente, é um facto que considero incansável de referir, devido à sua postura enquanto jornalista, sendo o elemento-chave do filme, que me levou mais a prender a atenção no mesmo.

 

Achei, igualmente, interessante o funcionamento da política interna dentro do estúdio e a relação entre os simpatizantes e apoiantes. Curiosa, ainda a forma, como antes de ser dada a luz verde para iniciar uma marcha provocante e directa contra o senador, a produção enfrenta os medos e receios que todos os envolvidos na propagação dos “ataques”, tem que atravessar. Isto leva-nos a pensar como a objectividade é fulcral e precisa para despoletar “incêndios políticos”.

 

  • O Melhor do filme: “uma obra de arte de Clooney”

 

As personagens, o argumento, o protagonista (Murrow), a sobriedade e seriedade das notícias, rigor jornalístico da altura – contrastem com o actual, fotografia e a mise-en-scene. É, efectivamente, um filme a preto e branco, por excelência.

 

Pontos negativos a referir:

Excesso de diálogo, que leva a uma perda de atenção e algumas cenas têm durações demasiado longas.

 

 

Ideia geral:

Este filme foi uma magnífica obra de arte, que revelou que George Clooney é tão talentoso por trás das cameras, como na frente delas. O Elenco deste filme é de grande nível, especialmente Straitharn, na pele de E.Murrow. Um tempo de rodagem razoável ajudou o fluxo natural do filme, que me impressionou pela positiva, ate pela utilização do preto e branco. Adorei imenso as utilizações das filmagens originais da CBS, que lhe deu, por si só, um rótulo de filme mais credível, bem inspirado e optimamente produzido.

 

 

Por: J.Miguel Garcia

publicado por miguelgarcia88 às 00:05

17
Fev 10

 Este é o blog oficial da Unidade Curricular de Jornalismo Especializado, da licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura, da Universidade Lusófona do Porto.

Daniel Catalão

publicado por jornalismoespecializado às 10:59

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