Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

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Abr 12

 

 

 

“Boa noite e boa sorte” é um filme produzido por George Clooney que conta a história dos vários conflitos políticos, económicos e televisivos nos primórdios do jornalismo televisivo na década de 50 nos Estados Unidos da América.

            Através deste filme é possível verificar os confrontos existentes entre o estado e a comunicação social que se sobrepunham a muitas outras questões relevantes na altura. Os meios de comunicação eram claramente forçados ao silêncio para não colocarem em questão e em debate atitudes de membros do governo. A manipulação e a pressão são fatos visivelmente claros do governo em relação à imprensa, nomeadamente à televisão, para que não fossem, reveladas informações ao público em geral. Porém, neste filme, essas “ordens” não são tomadas em consciência e a CBS decide revelar a todos os americanos dados importantes sobre um senador do governo americano que é contra os comunistas. Assim, confirma-se, então, que desde o início das transmissões noticiarias o estado exerce grande poder de pressão sobre os principais meios de comunicação. Relativamente às questões económicas, estas têm, também, bastante relevância perante toda esta situação. Se não houver fundos para produzir o programa, este não pode ser realizado e, consequentemente, transmitido. Assim, torna-se então mais difícil a tarefa dos vários órgãos da comunicação social em concluírem os seus objetivos pois têm contra si tanto o estado como as forças económicas. Devido a terem decidido não levar adiante as ordens do governo, a CBS, mais concretamente Edward Murrow (pivot do programa que fazia frente às questões politicas) foi alvo de represálias devido a ter tornada pública a questão de McCarthy (senador americano) contra os comunistas. Verifica-se, então, aqui, o superior poder do governo sobre os meios de comunicação na altura; devido à sua revelação, Murrow foi “castigado” por Paley (diretor da CBS) e obrigou-o a alterar os temas do seu programa mudando-o, também, para o horário nobre.

            Com todo este exemplo, concluí-se, então, que sem a menor dúvida que naquela época o governo exercia, sim, um grande poder de manipulação e de pressão sobre os mais variados meios de comunicação. No término do filme, Ed Murrow afirma que a televisão pode educar e ensinar mas somente se o ser humano assim o quiser. Murrow quer com isto dizer que a televisão pode transmitir verdades e educar mas apenas se os opressores assim o permitirem.

 

Por: Inês Oliveira

 

publicado por anavanessapinto às 15:51

 

 

 

Década de 50, Estados Unidos da América. A crescente relevância da televisão no dia-a-dia dos cidadãos americanos e, também, o elevado número de simpatizantes do partido comunista dão origem a uma alargada perseguição ao partido “vermelho” (comunismo) e, por consequência, aos órgãos de comunicação. Proteger o país da ocupação comunista era o propósito do Senador McCarthny. No entanto, as obsessivas investigações e perseguições “atropelaram” os direitos e as liberdades civis. Embora julgasse que a maior parte dos americanos compactuasse com tal posição, havia um opositor. Edward R. Murrow, um prestigiado jornalista da CBS, denunciou todas as artimanhas levadas a cabo pelo Senador, descredibilizando-o. Desta forma, dá-se início a um confronto político, onde as ideologias das personagens estão presentes.

Quando terminámos de ver o filme, percebemos que este conduz-nos aos primórdios do exercício do jornalismo. Um tempo onde a publicidade se cruzava com a informação, um tempo onde não existia teleponto, um tempo onde os jornalistas emitiam opinião, conseguindo, até promover certos hábitos de vida, tais como, fumar.  Porém, apesar das práticas anteriormente enumeradas não coincidirem com as práticas estabelecidas pelo código deontológico, verificámos que, no decorrer da trama, existem pontos atuais. As várias pressões aos jornalistas estão presentes do início ao fim. Mas, o protagonista Murrow não cedeu à pressão e procurou exercer um jornalismo imparcial, objetivo e, sobretudo, isento, sem qualquer vestígio de influências políticas. Deste modo, o jornalista entra em conflito com o Senador, acabando por colocar em risco o próprio emprego, uma vez que a CBS perde lucros com a perda de patrocínios. A direção do canal tenta aliciar Edward a abandonar a investigação a que se propôs. O jornalista recusa, mas coloca em questão a viabilidade da mesma, questionando-se sobre a utilização de factos devidamente comprovados.

O direito de resposta está, também, patente nesta trama, pois o Senador tem oportunidade de se defender e justificar sobre os factos de que é acusado. O Senado opta, então, por investigar McCarthny, devido à tamanha relevância que o caso ganha, graças ao reconhecimento por parte de outros órgãos de comunicação de prestígio. Todavia, apesar do trabalho jornalístico ter sido reconhecido, a direção decide tirar o programa do horário nobre, de forma a desviar a atenção pública do caso.

Ano 2012. Portugal. Aqui, também nos deparamos com situações idênticas, dado que os meios de comunicação são chefiados por grandes grupos económicos. Objetivo principal: a obtenção de lucro. Muitas vezes, os jornalistas vêem-se obrigados a ceder a chantagens e publicar informação menos verídica, acabando por manchar e prejudicar a atividade jornalística.

Percebemos, assim, que a televisão tem capacidade para mover causas, mudar ideologias e opiniões. Basta utilizá-la de forma correta e não ceder a pressões e censuras, lutando, sempre, pela liberdade e imparcialidade. Deste modo, podemos perceber o porquê de classificarem os Média como o quarto poder. Por isso, só resta dizer: “Boa noite e… boa sorte.”.


Por: Ana Pinto

publicado por anavanessapinto às 11:42

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