Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

08
Jun 11

Elvira Calvo, espanhola, docente universitária, investigadora, especialista em média/economia e actualmente em funções na Universidade Complutense de Madrid, foi a última convidada a fechar com chave de honra as sessões de convidados da aula de Jornalismo Especializado, leccionada pelo Dr. Daniel Catalão. A convidada abordou temáticas importantíssimas do jornalismo actual, elaborando um enfoque no jornalismo económico.

 

 

 

Jornalismo periódico de imprensa

Informações detalhadas acerca de economia até aos nossos dias foram partilhadas pela Professora Dr.ª Elvira Calvo, que começou a sua análise pela abordagem da história da informação em Espanha. Relativamente a isto, retrocedeu aos anos 70/80, que classificou como a génese efectiva do jornalismo económico e do periodismo. A informação económica – referiu – numa primeira abordagem, ser uma especialidade periodista com objectivos específicos, tais como informar sobre factos relacionados com economia e finanças. Nos anos 50, a informação económica começou, na verdade, a ser reconhecida, surgindo ao mesmo tempo as primeiras emissoras. A falta de liberdade de expressão, de imprensa, proibição de sindicatos, baixo nível de literacia, provocados pela forte e penetrante ditadura franquista impossibilitaram, no início, a implementação de informação económica e restante. Posteriormente, com a chegada da democracia e da literalidade óbvia de tempos mais benevolentes, a imprensa, que é o que está em causa, teve condições para evoluir e para se desbloquear dos domínios estaduais. Falar dos anos 90, na perspectiva de Elvira Calvo, é falar da criação da primeira rádio espanhola de assuntos económicos – Rádio intereconomia (1994), que quando surgiu teve um grande impacto, acabando por se tornar um êxito crescente. Posteriormente começaram a surgir gradualmente diários económicos, tais como “expansion”, “la gazeta de los negócios” e “cinco dias”, este último que acabou por ter um incrível sucesso, ainda visível na actualidade, pois como referências base dos anos 90, todos estes diários se metamorfosearam tendo em conta as exigências do século XXI. Em quarto lugar, surge o diário “El Economista”, criado em 2005, com a particularidade do seu preço se fixar em 1€. Por último, no que respeita a diários económicos criados em Espanha, surgiu o jornal “Negocios (“Negócio e estilo de vida”), que surgiu há cinco anos e se destacou pelo facto de ser gratuito.

 

 

Jornalismo económico de rádio

Nos finais dos anos 90, como abordou a Dr.ª Elvira Calvo, a rádio acabou por ganhar um nicho de público bastante consistente, no que respeita a jornalismo económico, com a criação de programas especializados no tratamento destas matérias temáticas. Alguns de exemplos deste tipo de rádios, que foram realmente pioneiras neste tipo de serviço foram: Cadena Ser e intereconomia rádio, que continuam a ser, até aos dias de hoje, verdadeiros casos de sucesso e mediatismo, dada a sua contribuição para a profissionalização do jornalismo económico.

 

Jornalismo económico em televisão

Assim como a rádio, a televisão teve também direito a espaços económicos e à criação de canais de tv específicos para matérias económico-financeiras. Um desses casos referidos pela Dr.ª Elvira Calvo, foi o caso da Bloomberg TV, que a partir de 1997, se instalou em território espanhol. Esta agência económica atrás referida, prendia-se essencialmente pela transmissão em tempo real, com permanente actualização ao minuto, dados da bolsas mundiais. O êxito desta agência foi, efectivamente, tão grande que foram criadas ferramentas associadas à Bloomberg TV, como por exemplo: agências de notícias, rádio bloomberg e outros. A proliferação destas ferramentas possibilitou, de certa forma, a evolução do grupo Bloomberg, a partir de 1997. Um ano depois do surgimento da Bloomberg, surgiu a empresa do grande grupo: Intereconomia, que optou por transmitir 24h diárias de economia, seccionadas em blocos informativos de meia hora. Contudo, o ano de 2007 foi catastrófico para o grupo Bloomberg, pois fechou dependências um pouco por todo o mundo (Brasil, Portugal, Espanha e Alemanha), ficando apenas em plenas funções a dependência inglesa da mesma. Per si só ,relevante, foi a referência que foi transmitida em relação ao facto do “Grupo Intereconomia” estar inteiramente ligado ao partido socialista espanhol, dando aos conteúdos produzidos por este grupo, um cariz marcadamente político. No que respeita ainda a televisão, a Intereconomia Tv, acaba, na verdade, por perder a informação económica, criando o canal “Intereconomia business”, que veio em substituição.

 

 

 

                                                             

 

Em anexo: uma de milhares de emissões da extinta Bloomberg Tv España 

 

 

A formação económica é deveras importante para o jornalista, pois é uma das áreas com maior relevo e pertinência na actualidade”

 

 

Por : J. Miguel Garcia

 

 

 
publicado por miguelgarcia88 às 22:00

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