A imprensa generalista e especializada está sempre em constante mutação, desempenhando um papel importante no sistema mediático português.
Neste trabalho, tem como objecto de comparação, o jornal Correio da Manhã e o Diário Económico.
Na análise das primeiras páginas, independentemente da hierarquia que lhe é imposta, o assunto mais frequente, é o problema económico, que o nosso país atravessa.
As chamadas de primeira página, hierarquizam-se, segundo o tamanho e ordem de presença, ou seja, os artigos são expostos de cima para baixo. No Correio de Manhã a localização do título na parte superior da 1ª página, assim como o tamanho do tipo de letra, valorizam o critério do valor notícia. No Diário Económico, o valor notícia é acompanhado por fotografia.
No que respeita a categorias comunicacionais, a informação domina mais de metade da área impressa em ambos os jornais. O Diário Económico, contorna os temas abordados, com artigos de opinião, correspondendo a textos caracterizados pela emissão de juízos de valor, feitos por especialistas das diversas áreas (economia, politica) sobre as realidades e problemáticas.
Quando se analisa a presença da Publicidade, verifica-se que o Correio da Manhã, está marcado com Publicidade Comercial, e a Publicidade Institucional é infuente no Diário Económico.
Atendendo ao carácter popular e de elite, dos dois jornais, podem-se orientar também, pela sua distribuição geográfica, sendo que, é mais fácil de adquirir o Correio da Manhã, embora a distribuição de ambos, realiza-se por todo o Continente.
Verifica-se a existência de projectos editoriais em ambos, pelo aproveitamento do potencial das novas tecnologias, estando disponiveis em edições online na Internet, diversificando assim, as formas de distribuição e o contacto com os públicos e a fontes de informação.
Quanto às estratégias editoriais do Correio da Manhã, basicamente os conteúdos são maioritariamente regionais e locais, encontrando-se um Jornalismo tablóide e policial. Acresce referir, que este jornal, tem como projecto paralelo uma revista “cor de rosa” intitulada Vidas, que cobre festas e as vivências sociais do nosso jet-set e que é destacado na primeira página.
A publicação do Diário Económico recorre a fotografias e a infografias de análise, acentuando a componente elucidativa do jornal para o tema abordado. O tecido económico, mais do que controvérsias políticas, constitui o seu principal preencimento.
A distribuição da informação é organizada por secções, e o posicionamento na publicação, possui uma organização temática, correspondendo às secções clássicas da Imprensa, entre as quais, o Correio da Manhã é distribuido por 18 secções. Dez destas, dividem-se entre : a Actualidade, Crise política, Norte, Portugal, Sociedade, Bolsa, Economia, Política, Mundo e Desporto. As restantes respeitam a área de lazer, sendo: Especial Meteorologia, Lazer, Agenda, Cultura e Espectáculos, Televisão&Média, Vidas e Programação.
Quanto ao Diário Económico divide-se em 9 secções: Crise Financeira e Política, Economia, Política, Mundo, Empresas, Finanças, Bolsa de Valores, Desporto, Publicidade&Media.
Por último, constacta-se que estas publicações têm suplementos distintos. O Correio da Manhã caracteriza-se pela área de Classificados, abrangendo os anúncios de natureza económica, imobiliária, lúdica e publicidade obrigatória Estatal, o do Diário Económico, integra o destaque, para o sector do empreendedorismo Imobiliário.
Análise Final
O cerne do paradoxo entre estas duas publicações, é que o Correio da Manhã, poderá ser considerado o melhor sucedido diário nacional, dentro do estilo popular-sensacionalista e o Diário Económico foi concebido como um diário inovador, de qualidade, projectado para se tornar o principal jornal, que aborda questões económicas de referência, no nosso país.
Por:
Anabela Pestana