A jornalista especializada no sector da moda da RTP, Paula Martinho da Silva, foi mais uma das convidadas da unidade curricular jornalismo especializado. Ao longo do seu percurso profissional, tem se vindo a destacar, por cruzar a moda com a economia, ganhando terreno no campo jornalístico referindo que “ Uma reportagem sobre moda antes era emitida sempre no final do bloco noticiário, muito pelo facto de não trazer nada de novo, mas se esta for trabalhada de outra maneira as coisas mudam”.
A visão da jornalista não se baseia focar somente a moda, tentando perceber tudo o que envolve esta área. Começando por referir, o facto da ausência de marcas portuguesas no mercado nacional e internacional, uma vez que as marcar portuguesas são desvalorizadas nos mercados. Em sociedades em que a forma como cada um se veste diz muito de si próprio, a nossa convidada refere que “ Actualmente a geração de hoje não liga muito se a roupa que veste é de estilistas portugueses ou estrangeiros, mas nas gerações anteriores davam grande valor a essa questão, sendo que preferiam marcas estrangeiras”.
Além do “Made in Portugal” ser olhado de lado por algumas pessoas, tem sido grandes personalidades a irromperam com esse estereótipo, como o caso de Letícia Ortiz, utilizando sapatos de Luís Onofre, Filipe Baptista por sua vez calçou o presidente francês Nicoli Sarkozy, e Barack Obama utilizou sapatos assinados por Carlos Santos.
Mas o certo é que Portugal não tem crescido no território da moda, pelo contrário a nossa vizinha Espanha tem dado cartas no ramo da moda, apresentando um grande crescimento. Paula Martinho, no decorrer na sessão exibiu uma reportagem para melhor percebermos a disparidade entre a indústria espanhola e a portuguesa. A reportagem com o titulo “ Tenho uma blusa igual ”, dá a conhecer o Grupo Inditex, detentora das marcas Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius e Oysho, que abriu as suas portas para dar a conhecer uma das grandes indústrias da moda internacional.
O grupo Inditex, é conhecido por ser um dos maiores empregadores, contendo cerca de 300 estilistas, contendo fabricação e distribuição a seu cargo, não faz anúncios publicitários e raramente o grupo remete comunicados para a comunicação.
Por outro lado a reportagem aborda, a difícil sobrevivência de marcas próprias com assinatura de estilistas portugueses, por ainda existir uma certa inibição quanto ao “ Made in Portugal”, para este ser vendido quando fabricado em Portugal tem de ser referenciado com “Made in UE”.
O facto de o grande grupo também fazer réplicas dos modelos que os estilistas apresentam em passerelles, e depois venderem nas suas lojas a preços acessíveis é um outro factor de competitividade, muito difícil de combater.
A jornalista conseguiu passar a mensagem da globalização da moda, do poder monetário em desigualdade com a criatividade e design.
Por: Marta Soares