Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

23
Mai 11

 

 

Estados Unidos da América – 1953

 

Dos escombros da Segunda Guerra Mundial surgiram duas potências cujos ideais se debateram silenciosamente e nunca frente-a-frente. Estas duas potências foram os Estados Unidos da América e a União Soviêtica. A esta competição de poderes, sem nunca ocorrer uma colisão direta, se deu o nome de Guerra-Fria.

 

É no auge desta época conflituosa que o Senador McCarthy declarou que as forças comunistas se tinham conseguido infiltrar no governo americano. Tal declaração, levou a uma “caça às bruxas” onde até os inocentes foram considerados culpados.”Joe” McCarthy foi um perseguidor implacável que “encontrava” ameaças comunistas onde lhe convinha. Semeando no seu caminho o medo e a opressão. Ninguém estava seguro, ninguém podia ir contra os ideais sem ser considerado um apoiante do Comunismo.

 

Foi neste clima opressivo, cuja tensão era palpável, que Edward R. Murrow, jornalista reconhecido pela sua honestidade e integridade, em conjunto com o produtor Fred Friendly, lançaram o programa “See it Now”. Este “spin-off” da versão radiofónica “Hear it Now” e os seus criadores, entraram nos anais de história comoa principal causa da queda do Senador McCarthy.

publicado por nastacha às 23:49

 

“Good Night and Good Luck” apresenta a versão cinematográfica de uma importante batalha jornalística.

 

Entre o glamour característico dos anos 50 e a crescente preponderância da televisão no quotidiano americano, a ameaça comunista origina uma verdadeira perseguição, a que os órgãos de comunicação não foram excepção. O Senador Joseph McCarthy torna-se mentor de uma investigação obsessiva, que atropela as liberdades civis de cada um, afirmando estar a proteger o país da infiltração comunista. Porém, as suas investidas deparam-se com alguém que não aceita compactuar com tal situação. Edward R. Murrow, um prestigiado jornalista da CBS, avança com a denúncia de uma realidade injusta, descredibilizando a propaganda metafórica de McCarthy e os seus intuitos. O seu trabalho origina um confronto mais ideológico do que propriamente político, cujas consequências assume, ciente da responsabilidade social dos media e da importância de relatar determinados factos, cruciais para a formação da opinião pública. A história centra-se na performance destas duas personagens, mas o verdadeiro protagonista será talvez o poder da informação, ou seja, o seu potencial quando canalizado para o interesse público.

 

 

 

Por: Ana Azevedo

publicado por anaclaudiaazevedo às 22:33

 

Good Night and Good Luck é um filme realizado por George Clooney em homenagem ao pai que foi apresentador de televisão. O título é uma frase do personagem e jornalista Edward R. Murrow ao despedir-se dos telespectadores pronunciava a frase que deu origem ao título do filme, conta com um elenco muito forte assim com o próprio George Clooney, David Strathairn, Frank Langella e entre outros.

 

 

Resumo

 

O filme é o retrato dos anos 50, numa altura que os Estados Unidos estavam a passar por momentos difíceis, "os loucos anos 50". Todos a uma dada altura podiam ser acusados de simpatizantes comunistas e Julgados. Joseph McCarthy o poderoso senador de Wisconsin promovera uma autêntica busca, à todos os comunistas que se encontravam no país. Essa busca sem fundamentos durou anos, e todos os que não estavam com o senador, estava contra ele, a sua palavra era uma ordem, mesmo havendo alguns corajosos que pensavam em denunciar o senador pelas práticas injustas, não o faziam por medo de arcar sozinho com as consequências. O jornalista Edward R. Murrow e a restante equipa de redação da CBS Television, sem medo mas com muita coragem decidem denunciar o senador fazendo frente a frente através do programa "See It Now" da CBS, dando ao senador a oportunidade de se defender caso o jornalista estivesse a dizer algo que não fosse verídico. Já estava na altura de alguém por um ponto final naquela situação. O filme gira em torno da luta da equipa do canal CBS, contra as tiranias do senador Joseph McCarthy.  

Quanto ao espaço quase 90% do filme passa-se na redação da CBS de um modo simples, prático e puro mais carregado de uma conotação politica muito importante, houve duas ou três cenas que foram filmadas fora da redação, é nos dado a ver os estúdios e a modo como trabalhavam os jornalista na década de 50, com algumas semelhanças e diferenças a pratica jornalística actual, por um lado o ritmo, a pressão, o estúdio carregado de muita tensão, por outro lado não se dispunham de tantos meios tecnológicos que têm os estúdios actualmente, o Jazz também se fez ouvir nos estúdios da CBS para acalmar os momentos de tensões, “A música de jazz é uma inquietação acelerada.” In “um certo sorriso” de Françoise Sagan.
 

Este filme para além de nos levar a viajar no passado, é também uma crítica ao s dias de hoje, é um retrato sobre os direitos individuais dos cidadãos, e sobre a liberdade de imprensa. As pressões económicas, politicas e sociais ajustam sempre o ritmo de trabalho da equipa, é neste contexto que aparece a figura, quase paternal, de Murrow, como o líder natural do grupo de descontentes. Sempre que acabava de apresentar um programa, o seu olhar tremia levemente, como se estivesse sempre a por na balança ou a ponderar as consequências dos seus actos. Essa viagem ao passado é acentuada com a cor do formato do filme a preto e branco, é de salientar ainda que o filme termina conforme começou.

 

Porém,"Good Night and Good Luck" é um filme que mostra a importância da televisão na nossa sociedade, serve de intermediário, é um meio de comunicação de massa que traz uma nova dimensão através da imagem e tem como lema informar para forma.

Elenco:

 

 George Clooney — Fred Friendly, coprodutor com Murrow do See It Now
 Robert Downey, Jr. — Joseph Wershba, escritor, editor, e correspondente da CBS News
 Patricia Clarkson — Shirley Wershba
 Frank Langella — William S. Paley, chefe executivo da CBS
 Jeff Daniels — Sig Mickelson
 David Strathairn — Edward R. Murrow, jornalista e personagem do programa de TV da CBS See It Now
 Tate Donovan — Jesse Zousmer
 Ray Wise — Don Hollenbeck
 Alex Borstein — Natalie
 Reed Diamond — John Aaron
 Matt Ross — Eddie Scott
 Joseph McCarthy     

Por: Zanaida Augusto


publicado por zanaidaaugusto às 20:56

  O desenrolar da narrativa do filme "Good Night and Good Luck" ocorre entre 1953 e 1954. Vivia-se entao, o período da Guerra Fria.

  Guerra esta de vários processos de intimidação verbal e através da mostragem do seu material bélico entre as duas Superpotências vencedoras da II Guerra Mundial, os Estados Unidos e a antiga URSS. Estas duas nações tinham como ambição ser a maior potência mundial a todos os níveis. Esta guerra para bem de todos nunca chegou a eclodir para bem de toda a população mundial e evitou-se assim todo um enorme rasto de destruição.

  O filme passa-se maioritariamente nos estúdios da CBS e que tem em Ed Murrow (diretor da CBS) e o Senador Mccarthy como principais intervinientes nesta história. A adrenalina para entrar no ar, o entregar das peças a tempo e uma pessoa a segurar textos pivôs fazem parte das rotinas deste canal televisivo.

  Naquela altura a América, deportava para os seus países de origem qualquer pessoa que tivesse intenções comunistas e partia em busca de infiltrados comunistas no país.

  Acusaram Radulovich, um tenente da Força Aérea, por ter ideais comunistas e se dar com pessoas comunistas e ser um risco pa segurança no país. Este foi julgado e absolvido. Posteriormente foi novamente reentregado na Força Aérea americana. A CBS expôs este caso televisivamente. O canal foi alvo de pressões políticas e acusado de ter ideais comunistas e praticar um jornalismo de Esquerda. Ainda assim a CBS sempre se assumiu como um canal defensor da liberdade no Mundo e nunca quis tomar partido das ideias do Senador Mccarthy, mas sim pela liberdade das pessoas americanas. O facto de o Estado querer controlar o que o canal televisivo transmitia e as constantes pressões influenciava muito o dia-a-dia naquela redação.

  Também o próprio Ed murrow, diretor do canal, foi acusado de ser um simpatizante do Comunismo. O Senador Mccarthy, acusou-o de ter feito um programa contra o Estado e particularmente contra ele e acusa-o de ter envolvimento com os comunistas. Também este Senador disse que existia uma luta entre dois partidos políticos e que um um deles saíria destruído devido à incessante luta contra o Comunismo no país e que havia infiltrados de esquerda no Pentágono. Por sua vez Murrow disse que existia uma luta entre si e o Senador por questões políticas.

  A "caça" aos comunistas a conspiração e o travar do Comunismo estão bem presentes no filme, que retrata bem o sistema político e social americano naquele período de tempo.

  Ilídio Guerreiro

publicado por filipe89 às 20:36

 

 

 

 

    BOA NOITE E BOA SORTE

 

 

 

Era uma frase de Edward. R. Murrow.

 

 

 

Jornalista de uma cadeia de televisão Americana, CBS, que usava estas palavras sempre que se despedia do ar nas suas emissões na então principiante estação de televisão.

 

 

Na dita maior democracia do mundo, o filme trata de forma interessantíssima a censura e a pressão da classe política, das forças armadas, do estado em geral e da própria sociedade civil, em que um grupo de jornalistas da referida estação enceta uma luta contra o estado das coisas, nomeadamente, ao comentar situações com coragem e com afronta aos vários poderes de então, habituados a controlar tudo que era dito e escrito na época, e mesmo censurando tudo que se podia dizer no estrangeiro sobre a América.

 

 

Ficou evidenciado no decorrer do filme, o espírito de equipa e o modo como todos se sentam á mesa para dividir o risco da tomada de posição, que significava um caminho perigoso pois quer o tempo em que se vivia, quer a forma apertada como a sociedade americana perseguia os que de algum modo ousavam afrontar o sistema instalado.

 

 

Depois de todos terem assinado um compromisso de honra com a referida estação, por imposição desta, que mais não era que uma negação ao comunismo, tido como o grande perigo para a nação na época, onde se realizava uma verdadeira caça as bruxas com a desculpa do comunismo e onde as autoridades e sociedade em geral se valia disso para exercer uma censura apertada á comunicação social.

 

 

O carismático jornalista, foi capaz de afrontar tudo isso, perigoso e sério na altura, numa demonstração de profissionalismo e de coragem, uma luta para que as noticias fossem a verdade e os seus comentários reflectissem a verdade da notícia e da sua perspectiva dela.

 

 

Um filme interessante, complexo mas fascinante, que retrata bem os bastidores dos órgãos de comunicação da época nos primórdios da televisão, em que fica patente e bem demonstrado, que quase nada do se lia e se ouvia era a verdade das coisas, mas a verdade possível para os jornalistas que trabalhavam e divulgavam as noticias.

 

 

Na sequência das declarações e afirmações de um senador, Edward R. Murrow, faz um comentário às afirmações e questiona a verdade das mesmas e o seu aproveitamento político por parte do senador.

 

 

Com esta atitude tomada em consenso pelos seus colegas de estação, ficou dado um enorme contributo para a liberdade jornalística e para todos os que acreditam no seu trabalho e lutam pela verdade nos órgãos de comunicação social até aos nossos dias.

 

 

Isabel Fortes

publicado por isabelfortes às 20:28

Broadcast News é um filme de 1987, cujo argumento e realização se devem a James L. Brooks e que conta com William Hurt como intérprete da personagem principal (Tom Grunick). O filme consiste numa comédia romântica que relata as histórias profissionais e amorosas do trio formado por Jane Craig, uma produtora televisiva, Aaron Altman, um repórter, e Tom Grunick, um “pivot âncora” de telejornal. Broadcast News descreve o estilo de vida dos profissionais da televisão e as relações entre estes, literalmente, “nos bastidores das notícias”. Relata a história de três personagens com personalidades, atributos e objectivos bastante distintos, que trabalham juntos na mesma estação de televisão em Washington. 

 

                                            

 

 

 

publicado por líciacunha às 19:20

Broadcast News – A História

De 1987, Broadcast News é um filme sobre o que acontece num canal televisivo, essencialmente sobre as pessoas que lá trabalham. Com um toque de sátira e boa disposição, o realizador James L. Brook mostra como as relações pessoais se envolvem com o trabalho e como um estúdio televisivo pode ser um local de emoções à flor da pele.

É no Washington Network News que trabalham Jane Craig (Holly Hunter), Aaron Altman (Albert Books) e Tom Grunick (William Hurt) as três personagens centrais da história.

Tom ainda em criança revela ter problemas de aprendizagem e durante o percurso escolar as dificuldades continuarão. Por outro lado Jane revela um espírito maduro e um dom para com as palavras. Numa fase adulta, a vida de ambos cruzar-se-á no canal televisivo. Jane é editora e tem como melhor amigo Aaron, um jornalista que escreve de forma sublime e cujo objectivo é ser pivô no canal. Sem que Jane saiba é apaixonado por ela.

A relação de ambos é abalada com a presença de Tom, que desde logo desabafa com Jane e revela que se sente intelectualmente inferior visto não ter prosseguido com os estudos e entrado na Universidade. Contudo é movido pela ambição e aceita um cargo de pivô no Washington Network News, acção que Jane condena visto achar que o jornalismo é uma profissão demasiado nobre e delicada para que alguém com as limitações de Tom.

Enquanto o filme revela a agitação e stress típico da régie e até como se construía um génerico na altura, mostra também que todos os pormenores são importantes e nada pode falhar como podemos observar nas frases da equipa ‘’Isto vai estar pronto! Em 84 segundos?! É impossível!’’

No momento em que Tom é chamado a fazer um directo inesperado, Jane, relutante tenta impedir. Não só porque Tom não é experiente o suficiente mas também porque deixaram de fora o seu colega Aaron. Com o pedido ignorado, Jane recorre ao ‘’plano B’’ certificando-se que terá contacto permanente com Tom no estúdio, para poder orientá-lo. O momento corre bem e a dupla consegue impressionar. Ambos aproximam-se e a pouco e pouco iniciam uma relação recebida com tristeza por Aaron.

A situação económica do canal não é favorável e é pedido um corte nas despesas de 24 milhões de dólares. No dia da reunião da decisão final Aaron, sentindo-se desaproveitado no canal demite-se. Jane é promovida a editora chefe e Tom, consegue um lugar na delegação de Londres. Jane, apaixonada, tenciona viajar de férias com o apaixonado quando descobre que uma   reportagem de Tom – mulheres que são violadas no primeiro encontro, é fraudulenta. Com a indicação de Aaron revê as imagens em bruto das filmagens e descobre que o jornalista simulou que chorava durante o testemunho da entrevistada. ‘’ É incrível. Tu cometeste esta inacreditável falha de ética e ages como se não fosse nada de especial’’ diz Jane enraivecida com a atitude de Tom. 

As três personagens separam-se, seguem caminhos diferentes mas encontram-se sete anos depois aquando duma palestra de Tom.

Jane Craig – desde pequena revelou o seu espírito irreverente e criativo. Independente, tem uma relação de amizade com Aaron, com quem partilha os momentos da sua vida. Apesar de aparentar estar sempre bem-disposta e disponível para trabalhar, Jane tem momentos de fraqueza no que diz respeito à sua vida pessoal. É comum, durante o filme, chorar.

Aaron Altman – Apaixonado pela colega e amiga Jane, o jornalista é reconhecido no canal pela sua escrita e empenho nas reportagens que realiza. Assombra-o ver Tom no lugar que sempre desejou e ter conquistado Jane. No dia em que finalmente consegue o seu momento como pivô, Aaron sua desenfreadamente. Contudo teve a sua oportunidade e isso deixou-o feliz.

Tom Grunick – Intelectualmente inferior, como o próprio afirma, cria uma carreira com base em enganos. Ambicioso, conseguiu o sucesso e reconhecimento de forma fácil. Inicialmente relacionou-se com Jane pelas suas competências profissionais, esperando puder aprender com ela.

 

Broadcast News – Visão crítica

Foram vários os prémios ganhos pelo filme realizado numa época em que os meios de produção eram escassos. Broadcast News conseguiu, na minha opinião, ser realista e directo.

O aspecto financeiro, o alvoroço de um canal de televisão, as notícias de última hora, a ambição, a realização e frustração profissional assim como problemas pessoais, estão lá.

O tom divertido predomina ao longo do filme. Nos discursos, nos momentos da régie, em pequenos actos das restantes personagens destaco os dos amigos Jane e Aaron. São bem-dispostos, ricos em expressões e momentos em que os dois adultos parecem dois jovens com as ilusões e dúvidas naturais da idade.

As personalidades dos três colegas são tão distintas e mesmo tempo ricas em pormenores que criam momentos fantásticos. Jane, que personifica uma mulher com a carreira que sempre quis é baixa, quando caminha dá saltos como uma criança. Criou uma ligação especial com Aaron mas não se apercebe que é apaixonado por ela. Nota-se que em questões amorosas, é ingénua e frágil contrastando com a sua ‘’versão’’ rígida e empenhada no canal. Aaron é o típico melhor amigo, que nos filmes esconde os seus sentimentos. Revela a sua bondade e amizade para com Jane mesmo quando Tom começa a ser reconhecido. É ele quem deprimido, em casa, durante o directo de Tom liga para Jane com indicações sobre o assunto.

Tom, é para mim, o ‘’fanfarrão’’ da história. Inicialmente com uma postura hesitante diz que espera aprender quando no fundo quer é alcançar o sucesso nem que para isso tenha de cometer algumas irregularidades pelo caminho.

Apesar de ser sobre o canal, o filme destaca várias vezes a importância da régie. São muitos os planos que parecem transportar-nos para lá. Os botões, as cassetes, o estúdio, a edição das imagens. Aliás, alguns dos aspectos mais importantes do filme acontecem lá.

Agrada-me o final do filme e agrada-me que não tenha o típico final feliz. Jane não aceitou ficar com alguém como Tom que revelou ser desonesto para com o trabalho e as pessoas que vêem no pivô alguém de confiança. Quando se encontram, sete anos depois, são pessoas resolvidas, com vidas construídas. Jane namora, Aaron é casado e tem um filho e Tom está noivo.

 

Broadcast News – Tom Grunick e a Ética Jornalística

Para a correcta prática do jornalismo, todos os jornalistas devem ter consciência que é necessário exercer a profissão de forma ética e deontológica. No código deontológico português (1993) encontramos os seguintes parâmetros:

‘’1-O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade (…)’’; ‘’5-O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas (…)’’

Tom enquanto entrevistava a mulher vítima de violações, tinha uma só câmara direccionada para ela. No decorrer da conversa acharam conveniente ele ter lágrimas nos olhos e Tom, num acto de interesse, com a câmara a filmá-lo simula que chora, desrespeitando a profissão, os valores que se impõem e a confiança dos espectadores.

Mais tarde, quando confrontando com a verdade, Jane alerta-o que pode ser despedido por atitudes como aquelas ao que ele argumenta que foi promovido por momentos como aquele.

 

Por: Catarina Marinheiro

 

publicado por Catarina às 12:12

Good night and good luck é um excelente filme para contrastar épocas, nomeadamente: o que é a televisão de hoje e outrora. O conceito do que era “fazer televisão”, nada tem que ver com o da actualidade.

As diferenças são enormes, houve uma evolução notória na televisão. Desde a tecnologia à publicidade.

                No filme é flagrante a pressão externa exercida no canal “a história que vai passar amanhã não tem valor. Por isso, antes de fazer alguma coisa que não possa ser desfeita, aconselho-o vivamente a reconsiderar a sua posição” por poderes de soberania e uma constante medição de forças por estes. Neste caso, é visível o domínio do jornalismo como quarto poder na sociedade. Por conseguinte, estas situações podem levar a ameaças “são águas muito perigosas as que está a tentar navegar”.

Até determinado momento, a CBS, tomava partido em determinadas situações “Sr. Friendly, temos sido amigos e aliados do Sr. Murrow e da CBS há muitos anos”. Desde que a CBS tomou uma posição independente e de servir única e exclusivamente o público, teve que enfrentar várias frentes para manter esta posição “ele acha que um senador derruba um jornalista”. O profissional é atacado pessoalmente, a partir do momento que dá a cara num assunto que gera confronto com outras entidades “eu sou forçado pelo facto de dizer-vos que o Sr. Edward R. Murrow há 20 anos atrás estava envolvido em propaganda de causas comunistas”. Há ataques directos entre jornalista e o senador, algo impensável nos dias de hoje. O início da procura da verdade “mas tentei procurar a verdade com diligência e apresentá-la” traz a olhos vistos sequelas aos jornalistas e aos órgãos de comunicação.

               

 

 

 

Por: Carina de Barros

publicado por crnbarros às 12:03

Os Estados Unidos da América viveu,  no começo dos anos 50, uma “febre” anti-comunista durante a “Guerra Fria”, mas os anos pós-2ª guerra mundial, piorou devido ao Senador de Wisconsin, Joseph McCarthy. Este, inaugorou uma verdadeira semi-ditadura que denunciava a presença de comunistas ou de todos aqueles que não concordavam com os seus actos administrativos.

Apesar de muita gente querer denunciar McCarthy, o rótolo de comunista era pesado para arcar sozinho; era notória a falta de coragem das pessoas.

É neste contexto, que a o jornalista Edward R. Murrow e a restante equipa de redação da CBS Television, decidem travar uma verdadeira batalha contra o politico, pois todos achavam que alguem tinha que se impor aos atentados dos direitos civis americanos. O programa “See it now” apresentado pelo Murrow, mostra a coragem de um jornalista em fazer frente a um senador norte-americano com um grande peso, nesta altura.

 

«Em 1935, Ed. Murrow iniciou a sua carreira na CBS, quando rebentou a 2ª Guerra Mundial, foi a sua voz que trouxe até nós a batalha da Inglaterra, Através da série radiofónica “isto é Londres”. Ele começou com todos nós, Com muitos de nós hoje aqui, quando a televisão estava na sua infância, Com o documentário noticioso “Veja Agora”. Ele tirou pedras a gigantes. Segregação, exploração de emigrantes, apartheid, J.Edgar Hoover, E a não menos importante luta histórico com o senador McCarthy (…)» sobre ED.Murrow,- parte do filme)

 

 O filme “Good night and good luck” mostra então, a luta da equipa CBS Television, contra McCarthy, sendo esta a premissa do filme. É um retrato sobre os direitos individuais dos cidadãos, e sobre a liberdade de imprensa. As pressões económicas, políticas e sociais pautam sempre o ritmo de trabalho da equipa.

 

O filme retrata a década 50, em que a comunicação de massas está ao serviço de uma sociedade de massas. Podemos dizer que a comunicação de massas é uma característica fundamental da sociedade de massa. Ela surgiu no séc. XIX, com o jornal diário, mas consolidou-se no séc. XX com a rádio, o cinema e o meio de comunicação de massa por excelência, a televisão. A comunicação de massa é a comunicação feita de forma industrial, ou seja, em série para atingir um grande número de indivíduos, a sociedade de massa. Os meios de comunicação serviriam não só para a informação, entretenimento, mas também serviriam para a publicidade e para a propaganda.

Os mass media eram então, comparáveis a seringas ou pistolas que injectavam os seus conteúdos de uma forma rápida, a indivíduos atomizados.

 

O filme “Good night and good luck” insere-se nesta época que surge a rádio, televisão e cinema, onde se passa a comunicar à distância através dos meios de comunicação. São estes que levam a mensagem a vários públicos, através do modelo de irradiação, trazendo efeitos imediatos.

O filme consegue retratar os estúdios da televisão dos anos 50, através das cores a preto e branco e ainda, o profissionalismo do mundo televisivo e jornalístico. Mostra-nos detalhes de um jornalismo tradicional, em que tudo é feito manualmente, ou seja, de um jornalismo tradicional.

É também, um filme que nos mostra como os jornalistas reagem, quando deparados com um problema: os pequenos dilemas e questões de integridade profissional e de ética com que a equipa de jornalistas da CBS se encontra a todo o instante, e que se debatem em pequenas trocas de palavras entre colegas em intervalos de emissão (CBS Television), adquirem uma espantosa dimensão universal. O realizador utiliza como veículo da sua inteligentíssima a reflexão política uma reconstituição minuciosa dum acontecimento verídico, quase documental na atenção que tem a todos os pormenores e no cuidado em não manipular os factos para servir qualquer paralelismo com a actualidade.

“Good night and good luck” é uma profunda e honesta análise da sociedade actual, não só sobre os direitos dos cidadãos, como também sobre a responsabilidade dos media numa sociedade cada vez mais dominada pelo poder da imagem (e palavra) no televisor (sociedade de massa).

Clonney cria uma personagem sem papas na língua, forte mas ao mesmo tempo perdido. O jornalista Ed. Murrow mostra no fim de cada programa seu, um certo abatimento, como se estivesse a medir as palavras que foram ditas por ele. Esta personagem, consegue transmitir uma imagem de honestidade através do seu discurso, sendo uma personagem em que acreditámos sempre.

O título do filme “Good night and good luck” é fruto da saudação que Murrow encerrava o seu programa. Este assume um significado irónico: era mesmo preciso ter sorte, neste tempo em que todos poderiam ser acusados de comunistas, visto que, qualquer um poderia ser acusado mesmo que não o fosse. Quanto a mim, o titulo não poderia ser mais bem escolhido, pois  Ed.Murrow tinha uma voz forte e marcante.

Clooney, de uma forma inteligente concentra quase toda a acção no espaço exíguo e fechado duma estação televisiva, imprimindo assim um ritmo trepidante aos acontecimentos que se sucedem, ao mesmo tempo que cria a ilusão de se estar a assistir quase em tempo real ao desenrolar do fascinante duelo de ideias entre o jornalista Edward R. Murrow e o senador McCarthy, na época da «Caça às Bruxas». Exemplo disto, é nos transmitido pela própria equipa de redacção, onde as nuvens de fumo de tabaco revelam o nervosismo destes jornalistas. A tensão emocional do filme é aliviada por uma cantora de jazz. O jazz era a moda na época, fruto da mudança que se vivia.

O filme é argumentativo e explicativo, e, por isso, acabará sendo também extremamente cansativo para aqueles que não vão atrás de bons diálogos.

As situações, mesmo as mais graves, não nos deixam a chorar nas partes mais dramáticas. Elas são expostas de maneira real, sem dramatizar, quase de modo documental. Ou seja, é um filme de situações. Gira em torno de uma história, mas não a faz o centro das atenções: o que importa aqui é como os personagens reagem a ela.

“Good night and goog luck” também toca em outro ponto cujo debate ainda é essencial, mesmo 50 anos depois: o papel social da televisão. O que fica mais claro ainda no último discurso feito por Morrow. A liberdade editorial está profundamente ligada à qualidade da TV, mas é preciso que os telespectadores percebam e exijam ambos. Caso contrário, a televisão é somente uma caixa preta e luminosa, como diz o discurso final de “Good night and good luck”.

A única falha que encontrei ao longo do filme foi a falta de história: o filme começa de uma forma rápida e avançada e para quem não estiver dentro desta realidade sentir-se-á perdido, e pode até nem perceber o filme.

 

 

É um filme de uma sobriedade exemplar, num registo a preto e branco que nos remete para os filmes de época e da época, cheio de sombras, com o fumo dos cigarros e a voz negra e doce de uma cantora de blues, um saxofone que se entranha no ambiente, as vozes sussurradas do medo, os olhares de quem tudo sabe e de quem tudo esconde, a perseverança de quem sabe quais são as prioridades e os valores que devem guiar a informação e o jornalismo.

 


 

Por: Joana Silva

publicado por joanassilva78 às 11:15

 

  •  Dados e elenco:

 

O filme “Good night and good luck” é um filme de 2005, oriundo dos E.U.A, da categoria de drama, que teve como directores: George Clooney e Grant Heslov. De realçar ainda o título original do filme, que é uma alusão à frase com que o jornalista de referência americano, Edward Murrow, terminava todos os seus programas. Este filme, que ganhou seis prémios da Academia, conta com nomes como George Clooney, na pele de Fred Friendly, Robert Downey Jr, como Joseph Wershba (correspondente CBS), Jeff Daniels e David Strathairn, no papel chave e fulcral de Edward Murrow, jornalista e pivô do programa da CBS: “ See it now”.

 

  • Do que trata:

Este filme, que nos leva a uma recriação do jornalismo televisivo nos primórdios dos anos 50, é uma crónica do conflito passado entre o conhecido pivô de noticiário: Edward Murrow e o senador Joseph Mccarthy, durante a guerra fria. Com o desejo de desejo de comunicar os factos e clarificá-los perante o público, Murrow e a sua dedicada equipa, chefiada pelo produtor Fred Friendly e Joe Wershba, desafiaram pressões de patrocínio e corporativismo, para de certa forma examinar as mentiras e as tácticas alarmistas perpetradas por Mccarthy durante a sua “caça às bruxas” comunista.

O principal ponto a realçar neste filme é o facto de lidar com a “caça às bruxas” comunista, dos inícios dos anos 50 e de como a paranóia e medo tomou conta da política e da crença popular. Como resultado disto, vários jornalistas, político e artistas foram punidos de forma severa pelo aproveitamento do senador Joseph Mccarthy. Mostra-nos ainda a tentativa corajosa de Fred Friendly e Edward Murrow em derrubar Mccarthy, através de afirmações proferidas no seu programa. O filme corre realmente à volta destes dois homens, acima abordados, que juntamente com as suas fortes equipas, decidem e tomam a acção de total derrube de Mccarthy.Neste óbvio clima de medo e perseguição, a equipa da CBS continuou com o seu jornalismo independente de pressões, e viu o seu trabalho, de certa forma, ser compensado, quando o senador Mccarthy é trazido e “julgado” perante o senado, onde as suas mentiras e tácticas de intimidação acabam por ser finalmente desmascaradas.

 

 

  • Crítica e opinião:

Numa primeira abordagem, considero o trabalho de George Clooney excelente neste filme, no qual é director e actor, pois consegue transportar o material original para o filme e ao mesmo tempo misturá-lo com o material novo, sendo capaz de contar uma história, de facto, interessante. Considero a produção do filme igualmente formidável, pois apesar de ter sido filmado inteiramente a preto e branco (importante para emprestar uma maior fidelização histórica dos acontecimentos), foi modestamente orçamentado e realizado, ao serem também utilizados filmagens originais da época, com a utilização de samples de música jazz.

 

David Strathairn, a meu ver, desempenhou soberbamente o papel de Edward Murrow, pois actuou com uma sobriedade e rigor jornalístico incríveis, que, indubitavelmente, fazem falta ao jornalismo praticado nos nossos dias. Strathairn, com a sua personagem inspiradora(E.Murrow), elaborou discursos magníficos e passou a sua presença imponente ao público, que acaba por se traduzir num desempenho fantástico, que já não é novidade nenhuma, dado que é já um veterano.

 

 Sempre gostei de filmes políticos/históricos e o “Good night and good luck” não foi excepção. Todavia, para se entender o filme na sua totalidade, obriga as pessoas a vasculhar um pouco na história real, que levou a este filme, de forma a apreciar o filme ainda mais e perceber ainda melhor o enquadramento na história. O filme não se prende muito ao “background”, saltando fugazmente para a história central do mesmo.

Realço ainda a forma “fifties” apaixonante, como são lidas as notícias nos jornais, que fazem o público tomar conhecimento e navegar por entre as revoltas intriguistas da política dos anos 50, cujos únicos interesses eram, efectivamente, construir uma cultura de medo. Creio que  os temas abordados neste filme, tais como: liberdade, medo e a criação de inimigos imaginários, foram bem “discutidos” pelas personagens, e mais concretamente com os monólogos de Murrow.

O desempenho de Strainhairn, como já referi anteriormente, é um facto que considero incansável de referir, devido à sua postura enquanto jornalista, sendo o elemento-chave do filme, que me levou mais a prender a atenção no mesmo.

 

Achei, igualmente, interessante o funcionamento da política interna dentro do estúdio e a relação entre os simpatizantes e apoiantes. Curiosa, ainda a forma, como antes de ser dada a luz verde para iniciar uma marcha provocante e directa contra o senador, a produção enfrenta os medos e receios que todos os envolvidos na propagação dos “ataques”, tem que atravessar. Isto leva-nos a pensar como a objectividade é fulcral e precisa para despoletar “incêndios políticos”.

 

  • O Melhor do filme: “uma obra de arte de Clooney”

 

As personagens, o argumento, o protagonista (Murrow), a sobriedade e seriedade das notícias, rigor jornalístico da altura – contrastem com o actual, fotografia e a mise-en-scene. É, efectivamente, um filme a preto e branco, por excelência.

 

Pontos negativos a referir:

Excesso de diálogo, que leva a uma perda de atenção e algumas cenas têm durações demasiado longas.

 

 

Ideia geral:

Este filme foi uma magnífica obra de arte, que revelou que George Clooney é tão talentoso por trás das cameras, como na frente delas. O Elenco deste filme é de grande nível, especialmente Straitharn, na pele de E.Murrow. Um tempo de rodagem razoável ajudou o fluxo natural do filme, que me impressionou pela positiva, ate pela utilização do preto e branco. Adorei imenso as utilizações das filmagens originais da CBS, que lhe deu, por si só, um rótulo de filme mais credível, bem inspirado e optimamente produzido.

 

 

Por: J.Miguel Garcia

publicado por miguelgarcia88 às 00:05

Maio 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
13
14

15
18
19
20
21

25
28

29
30
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
pesquisar
 
blogs SAPO