Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

17
Abr 12

É nos anos 50 nos estados Unidos da América que existe um confronto entre duas forças. O poder Político e o poder da comunicação cruzam se e entram em conflito, pois, defendem valores diferentes. 

O filme realizado por George Cloney aborda problemáticas que faziam parte dos primórdios da comunicação, assuntos que hoje em dia continuam a ser um grande entrave na “liberdade de expressão”. 

Embora existam mais personagens no filme vamos apenas focar duas, aquelas que representam os poderes aqui em causa. O poder da Comunicação era representado pelo repórter da CBS Edward R. Murrow enquanto que o poder político era desempenhado pelo senador Joseph McCarthy. O confronto entre estas duas figuras começou por não partilharem das mesmas opiniões, o objectivo do jornalista era denunciar as tácticas defendidas pelo senador a todo o povo americano. No fundo o jornalista usa o seu programa para difundir as suas ideias e é desta forma que o Edward R. Murrow defende as suas convicções. Era através da sua palavra que queria criar um povo activo e com ideias formadas.

Apesar de toda a opressão política vivida na altura o jornalista continuava a defender as suas ideias, queria dar voz a um povo calado. Mas, claro que um canal de televisão não vive sem patrocínios e já que não se pode calar um jornalista retira-se o necessário á subsistência de um órgão de Comunicação Social. É desta forma que a empresa “Alcoa”, patrocinadora do canal, retira as ajudas financeiras. Por consequência, superiores de Edward R. Murrow retiram-lhe poderes e obrigam-no a mudar de conteúdos, a direcção decide ainda retirar o programa do horário nobre. Desta forma podemos ver a grandeza da palavra da comunicação Social e de que forma é que a “Politica” continua a ter receio de como a mensagem desta Comunicação se pode tornar tão forte e tão capaz de formar ideias.  

É evidente como o “Quarto Poder” (jornalismo) continua a ser importante numa Sociedade. Continua deste modo a transtornar o Poder Politico.

 A luta por uma comunidade informada e com capacidade crítica começou nos anos 50 e hoje em dia o poder da comunicação abrange a maioria da sociedade. É graças á palavra de um bom comunicador que sem medo difunde o que acha justo e correcto que a mensagem chega até “NÓS”.  

 

Por: Joana Ferreira, 20093452

publicado por Regina Machado às 17:02

13
Abr 12

Numa noite, em Washington, ocorre a perseguição e homicídio de um jovem drogado. Na manhã seguinte, o congressista Stephen Collins (Ben Affleck), responsável pela comissão de investigação às actividades de uma empresa de segurança privada em cenários de guerra, é informado do suicídio da assistente. Se, aparentemente, estes acontecimentos parecem não estar ligados, uma averiguação jornalística vai revelar indícios que aliam estas mortes a uma grande conspiração política. Num jornal dirigido por uma impaciente editora, a investigação do caso desencadeia-se quando Cal McAffrey (Russel Crowe), um jornalista reconhecido e experiente, une forças a Della Frye (Rachel McAdams), jornalista ‘novata’ e ambiciosa, no sentido de perseguir esta história.

 

O fio condutor de “Ligações Perigosas” traduz-se no confronto de sensibilidades jornalísticas e estilos geracionais entre Cal e Della. A ingénua e inexperiente jornalista depara-se com rotinas e práticas jornalísticas desconhecidas, considerando algumas até incorrectas e ilegais. Por outro lado, Cal desconfia das capacidades jornalísticas de Della, mas sobretudo dos novos meios digitais que ela domina. A frase “tem garra, é barata e produz textos de hora em hora”, dita pela editora do jornal sobre Della, resume a inaptidão de Cal face às necessidades de um novo contexto de organização das empresas jornalísticas. A redacção é aqui um lugar de gestão de forças, baseada em relações, por vezes conflituais, entre os jornalistas, os jornalistas e os editores e a redacção e a organização económica do jornal. Havendo, assim, um debate constante sobre as pressões exteriores, a ética e a moral do jornalismo.

O filme de Kevin Macdonald espelha facetas novas, como o ciberjornalismo e a concentração, responsáveis por uma transformação no exercício esta profissão. De forma igual, dá-nos a ver fenómenos clássicos do jornalismo, como o contacto com as fontes e as relações de desconfiança entre profissionais, mas também de solidariedade e corporativismo

Sobretudo, retrata o processo que leva à legitimação de um jornalista jovem. A última cena do filme é representativa disso: Cal sai da redacção, mas ao contrário da cena inicial, desta vez não vai sozinho. Della corre ao seu encontro e acompanha-o na saída. O passado e o presente, do jornalismo, juntos.

 

Sara Castelo Branco

 

publicado por saracbranco às 23:48

Good Night And Good Luck – George Clooney

 

O filme retrata uma relação triádica de poder nos primórdios do jornalismo televisivo, anos 50, altura em que se vivia a guerra fria e predominava o medo pelo comunismo. De um lado, está a pressão política exercida por McCarthy, senador dos Estados Unidos da América, sobre a televisão e, em particular, sobre o programa “Veja agora” do canal televisivo CBS, apresentado por Edward Murrow, que se destina a informar a audiência, procurando não lhe ocultar qualquer facto relevante. Por outro lado, existe pressão económica manipulada pela ALCOA, patrocinadora do mesmo programa. Por último, do lado da televisão, está a pressão mediática, que é inerente a este meio de comunicação e que é acentuado com os programas informativos de Murrow, assentes em pilares de liberalismo.

 

Durante o filme, podemos perceber a forma como o sistema de selecção de informação funciona e como os News Makers lidam com os diversos tipos de pressão. Exemplos disso, é o facto de seleccionarem alguns fragmentos de um discurso de McCarthy para que a sua imagem não fosse prejudicada ou a situação em que optam por não colocar a notícia do falecimento de um jornalista do Times.

 

Podemos observar, igualmente, que a televisão funcionava também como um vínculo forte para a criação de um conceito e da sua propagação, é o caso de um discurso de McCarthy no qual ele define “Perigo nacional” referindo-se aos comunistas e os simpatizantes da política comunista, fomentando, assim, o clima de desconfiança e insegurança social perante comunistas e incentivando a “caça as bruxas”.

 

Outro exemplo da potencial manipulação nos media, e sobretudo na televisão, foi o facto de, num dos programas, Murrow denunciar alguém relacionado com o poder político. A consequência foi o produtor da CBS, Fred Friendly e o director Paley alterarem o horário de transmissão desse programa para os domingos à tarde, horário em que menos pessoas assistiam televisão. Podemos, então, concluir que todas estas formas de manipulação apoiadas no poder político, económico ou mediático constituem uma espécie de censura.

 

Good Night And Good Luck acaba por esquematizar um dos principais perigos da televisão: o fabrico da opinião pública e através dela, a manipulação da realidade. Apesar disso há uma visão optimista, focada no poder do indivíduo e na sua racionalidade.

 

O filme termina com a continuidade de um discurso de Murrow, já iniciado no princípio do filme, em que ele afirma que “a nossa história será o que fizermos dela”, procurando transmitir o poder de persuasão da televisão. Refere, ainda, que este meio de comunicação pode ser utilizado para ensinar, para educar, ao invés de servir interesses políticos ou económicos, porque, afinal “os humanos usam a televisão para o que quiserem”.

 

Sílvia Silva

publicado por jessicasantos às 23:35

 

      A constante busca pela verdade e todo o trabalho jornalístico detalhado e delicado, fazem de “State of Play”, um importante filme de investigação jornalística.

      O assassinato de Sonia Baker, assistente e amante do congressista Stephen Collins (Ben Affleck), desencadeia uma história sensível e uma grande investigação.

      Cal McAffrey (Russel Crowe) e Della, jornalistas do jornal Washington Globe, são os jornalistas destacados pela directora do jornal, Cameron, para investigar este caso e para desvendarem a identidade do assassino.

      Pela experiência e pelo fato de Collins ser um amigo de longa data, McAffrey, assume o papel de maior destaque neste caso e é ele que efectua o trabalho mais perigoso da investigação, conseguindo desvendar um esquema de ocultação na área da defesa, que ameaça toda a estrutura de poder dos Estados Unidos da América, onde está inserido o seu amigo Stephen Collins. Após este facto, McAffrey, não teve dúvidas que tudo se tratava de uma conspiração política e de um esquema oportunista por parte do Governo de Collins. O assassínio de pessoas ligadas ao Estado era um dos objetivos desta “rede” e Sonia Baker foi uma das pessoas a caírem nesta “armadilha”.

      Neste filme a objetividade e a constante procura pela veracidade dos fatos são duas caraterísticas jornalísticas bastante evidentes, que fizeram com que a Sociedade tivesse conhecimento de toda a manobra manipuladora dos grandes membros do governo americano.

Apesar dos laços de amizade que uniam o congressista e o jornalista, estes mesmos laços, não impediram, que a verdade viesse ao de cima, em que McAffrey esteve sempre do lado das questões éticas, fazendo com que tivesse a noção que havia uma barreira entre o profissionalismo e a amizade.

      Outro aspeto bastante importante de análise é o contributo dado pelas fontes e a forma como o jornalista se relaciona com as mesmas. De salientar, ainda, a relação menos simpática entre os jornalistas e a polícia. Em diversas partes do filme é notória, a contradição das investigações elaboradas pelo jornal, por parte das entidades de segurança, que se queixam do fato dos jornalistas não partilharem a informação do caso. Pode-se assim dizer que o segredo jornalístico não agrada a todos!

      State of Play é um filme rico em detalhes, onde a profissão de jornalista é muito bem retratada e onde é evidenciado o jogo de interesses que há no poder e a “maquilhagem” que o Governo faz em relação à realidade.

 

Gonçalo Silva

 

publicado por goncalosilva às 23:24

Good night and good luck, obra de George Clooney, surge nos anos 50 nos Estados Unidos, retrata e reflete sobre o confronto e relação de três elites, os Media, o Estado e a Informação, tendo em conta a conquista do poder da informação sobre uma sociedade e um povo. E deste triângulo de forças antagónicas, emergem outros “conflitos”.
A história desenrola-se numa altura em que se vivia ainda os meandros da guerra fria. Designada como época "McCartismo", graças a campanha promovida pelo senador Joseph McCarthy, de denúncia a simpatizantes comunistas e colaboradores da União Soviética, originando à caça e perseguição dos mesmos.
Porém este movimento sofre grande contestação por parte Edward R. Morrow, apresentador da CBS, que usa o seu programa para de forma livre transmitir as suas convicções, desafia a situação política da época e a sua própria emissora para mostrar a falta de ética na caça aos comunistas, promovida pelo senador.
Fiel ao ideal jornalístico distancia-se de forma brusca da visão passiva do povo americano, expondo uma campanha de McCarthy em directo para o grande público.
O senador, por sua vez, prefere intimidar Morrow ao invés de usar o direito de resposta por ele oferecido em seu jornal, dando assim inicio a um grande confronto público que trará consequências à recém - implantada TV nos Estados Unidos.
O conteúdo do filme traz a tona a eterna discussão sobre o sobre o papel e a ética dos meios de comunicação; relações entre os meios de comunicação e os orgãos do poder (pressões políticas e económicas “autocensura/ em virtude dos patrocínios financeiros – Alcoa”, “censura/senador McCarthy” vs pressões mediáticas “denuncia/ Edward R. Morrow”, que origina uma relação causa/efeito, os media “efeito ping pong” sofrem pressão e também exercem, sobre a política principalmente); e o papel da televisão, e do jornalismo, como ambos devem funcionar, qual a sua função primordial, educar ou apenas entreter?
É também importante referir os efeitos da guerra fria (entre USA vs URSS) na sociedade norte americana, que era dominada por uma comunicação sensacionalista, completamente condicionada, e que transmitia medo para o grande público, o medo da URSS, onde os habitantes pensavam que o comunismo era o inimigo, sem nem saber o que isso representava (em virtude daquilo que lhes era fornecido pela media), originando a caça as bruxas a comunistas e eventuais comunistas.
O filme abarca um tema extremamente pertinente, intemporal, para além do facto de partir de casos reais, tem a capacidade de criar em cada um, perguntas retóricas.
O título original do filme é uma referência à frase com a qual o verdadeiro Edward R. Morrow encerrava todos os seus programas.
E parafraseando o próprio num dos seus discursos, alertando para o futuro da televisão, "o empobrecimento da programação que só leva em consideração a diversão e não se preocupa em informar e educar. Mudaram as pessoas, os equipamentos são mais modernos, mas as questões ainda são as mesmas, ou seja, continuamos em debate com paradigmas clássicos".
publicado por yamuss às 23:11

 

State of play, filme realizado por Kevin McDonald, retrata aquilo o jornalismo de investigação num contexto de interesses políticos e em clima de corrupção.

Um veterano repórter de Washington, Cal MCAffrey, desvenda um assassinato onde estão implicados alguns dos maiores políticos e empresários dos EUA.

No decorrer da investigação jornalística, dá conta de um esquema de ocultação na área da defesa que poderia ameaçar toda a estrutura de poder do país.

O filme retrata de forma exaustiva o modo como se processa a investigação em volta de um caso de mediatismo extremo.

A total proteção das fontes é outro assunto retratado no filme que mostra de uma forma coerente o esforço dos jornalistas na seleção e tratamento dos depoimentos recolhidos, de maneira a não prejudicar qualquer interveniente.

Todo o jornalismo de investigação pressupõe o tratamento de informação de forma individual, investigando minuciosamente os factos, disponibilizando os recursos específicos a cada dado novo no que diz respeito á sua credibilidade, procurando sempre a precisão jornalística em determinado contexto bem como a ausência de ruído em cada dado novo.

O jornalista tem a função de equilibrar a balança da verdade na comunicação.
No jornalismo de investigação o jornalista age como se de um detetive se tratasse.

O critério de noticiabilidade do próprio profissional determina todo um valor de notícia, que nada mais é que um valor subjetivo que determina a importância que determinado facto ou acontecimento tem para ser noticiado.

Em suma, a investigação é uma vertente jornalística pouco explorada, os seus custos e dificuldades a nível de respostas rápidas tornam esta uma opção de recurso limitado. Porém, é uma área importantíssima na exploração de assuntos altamente mediáticos e polémicos, com elevado interessa público e que necessitam de um empurrão informativo profundo para o seu desenvolvimento.

 

 

 

 

 

Por: Fábio Daniel Soares Dias

 

 


 


 

publicado por fdsd às 23:06

 

 

Por: Regina Machado

 

Stephen Collins, jovem congressista republicano e membro de uma comissão de investigação do congresso, vê a sua vida exposta e remexida pelos meios de comunicação social aquando a morte de Sonia Baker, investigadora chefe e sua amante. Esta morre no metro de Washington se uma forma misteriosa (a morte, o inesperado, o escândalo e a notoriedade são alguns dos grandes valores-notícia estabelecidos por Nelson Traquina e aqui verificados). Quando Stephen se prepara para falar numa conferência de imprensa sabe da notícia e, em plena conferência começa a chorar, o que dá azo às especulações por parte dos meios de comunicação. Tem como valor noticioso primário o facto de ser acontecimento que envolve figuras importantes merece o envio de uma equipa para o local; de imediato foram enviados jornalistas para a frente da casa do congressista, para vigiarem cada passo por ele dado. Outro dos valores aqui presente é o valor das imagens que quanto mais dramáticas e interessantes forem, têm um valor acrescentado para entrarem na agenda; o facto de Stephen chorar foi captado em direto e retransmitido vezes sem conta. Os rumores que associavam o congressista à investigadora chefe e a um eventual suicídio abriram as emissões televisivas, generalizaram-se por cada órgão e meio noticiosos. Ao pensarmos no jornalismo como uma organização, temos que ter em conta as várias hierarquizações. Warren Breed estudou como as relações de força ocorriam dentro de uma redação jornalística, tanto no confronto entre os jornalistas como entre as chefias. Cal era um grande repórter; estes são os jornalistas que se destacaram pela sua competência, pela sua capacidade de comunicação e pela confiança que neles pode ser depositada e que são convidados a trabalhar em grandes reportagens, gozando de elevada autonomia. No caso específico de State of Play, a autonomia de Cal era notória: não deixava a diretora interferir no seu trabalho, apenas participava nas reuniões para fazer o ponto de situação e era uma base inclusive para o redator do próprio jornal. Habitualmente são jornalistas especializados num determinado campo/área e destacam-se por isso. São bons enquanto especialistas e servem de apoio à restante redação. Normalmente são incutidos de tratar os grandes acontecimentos e usufruem de uma grande margem de manobra dentro da organização. Relativamente às chefias, Cameron Lynne, a diretora do jornal assume o pensamento cada vez mais comum numa organização jornalística: “os nossos donos têm a estranha noção de que devemos dar lucro”. A preocupação pelas vendas levou à sede permanente por parte da diretora em apurar factos pessoais, com base na amizade de longa data entre Cal e Stephen Collins. Algo fundamental a reter é exatamente relativo a este facto: hoje em dia, e cada vez mais, o que conta é a rapidez com que uma notícia sai e os custos com pessoal cada vez menores. Uma realidade que é importante absorver, à luz dos nossos dias.

 

 

publicado por Regina Machado às 22:36

O filme 5 Days of War realizado por Renny Harlin em 2011, baseado em factos reais, retrata a invasão russa à Geórgia, levada a cabo em Agosto de 2008. A guerra que ocorreu na zona do Cáucaso, expôs a ganância russa por poder e por reaver as terras que outrora pertenceram à URSS, nesta caso os territórios da Geórgia e da Ossétia do Sul. O filme protagonizado por Rupert Friend, retrata a vida de um jornalista de guerra que em 2007, na guerra do Iraque perde a sua namorada num ataque terrorista e que no ano a seguir parte para a Geórgia em busca de documentar, juntamente com o seu colega repórter de imagem, personagem interpretado por Richard Coyle. Num cenário de guerra, os dois jornalistas vivem os dramas do povo geórgio enquanto acompanham uma família de refugiados.

 

Durante a trama, é perceptível de avaliação algumas falhas de ética por parte da equipa de jornalistas:

 

1)      O facto de, no início, o personagem principal admitir que mantém uma relação, inclusive sexual, com a sua companheira de profissão, a também jornalista Miriam, poderá ser considerado uma falha ética, na medida em que a relação entre ambos os aproxima, sendo possível que profissionalmente deixe de haver uma separação e distanciamento adequado e leve a que exista um envolvimento mais emocional nas situações, neste caso, de perigo.

2)      Embora as imagens recolhidas fossem para ser entregues a organizações de defesa dos direitos humanos, estas eram bastante violentas. Um repórter de imagem para mostrar a violência de algo não necessita de filmar “o ato” ficando-se pelas “consequências” por exemplo. Assim sendo, considero não ser muito ético a captação de imagens de sofrimento, tortura e morte que foram recolhidas.

3)      Ao longo da história, os jornalistas filmaram a fuga e reencontro da família de refugiados, com todas as contrapartidas que isso trouxe, acompanhando-os. Neste caso, para serem respeitadas normas éticas deveria ter existido um distanciamento, não sendo usada a família como modelo de “família fugitiva geórgia”.

4)      Outro facto que demonstra falta de ética, prende-se pelo facto de as cadeias não aceitarem as imagens, cedendo a pressões do presidente russo, optando por passar imagens dos Jogos Olímpicos.

 

Por fim, creio que a frase proferida pelo senador americano Huram Johnson, em 1918, “The first casualty of war is truth”, isto é, “A primeira vítima da guerra é a verdade”, demonstra como a cobertura de um conflito pode não ser objectivo, sendo possível manipular a realidade. Outra questão que se pode colocar, é, Quem tem razão? Quem diz a verdade?

 

 

 

Por: Pedro Miguel Martins

publicado por blogafazerdeconta às 22:34

 

 

 

 

 


O filme Good Night, And Good Luck realizado por George Clooney, descreve os primórdios do jornalismo televisivo, na América dos anos 50, centrado na tríade: Media (4º poder/ contra poder), Estado/Forças Armadas e Informação.

 

No filme existe o confronto de ideais entre Edward R. Murrow, um pivô pioneiro da estação CBS e o Senador Joseph McCarthy. Graças ao desejo do pivô e da sua equipa em comunicar os factos e esclarecer o público americano, os jornalistas vêem-se a braços com dilemas e questões de integridade e ética profissional, remetendo sempre para valores humanos e políticos que ainda hoje permanecem actuais.

 

Por um lado, surgem as pressões da empresa de comunicação, tendo de se impor a autocensura e as pressões económicas dos patrocinadores (ALCOA), que retiram o patrocínio. Por outro lado, os jornalistas enfrentam as pressões políticas, onde havia o medo das perseguições, para revelar aos telespectadores as mentiras e as estratégias levadas a cabo pelo Senador durante a sua “caça às bruxas” aos comunistas. É visível também, a discórdia entre as ideologias dos jornalistas.

 

Num ambiente de terror e represálias o chefe dizia: «Estamos todos no mesmo barco, tenho que informar os patrocinadores, senadores e a força aérea sobre a emissão da peça… porque o terror já se instalou nesta sala… Ao passo que o general avisava que a equipa da CBS devia: Reconsiderar passar a peça, pois é navegar por águas muito perigosas!»

 

Após a emissão do programa no qual Murrow desmarcara o Senador, os críticos jornalísticos elogiavam a coragem do apresentador, excepto o jornal O'Brien (conservador) que acusava a estação televisiva de estar conotada com a esquerda. A pressão exercida sobre o jornalista Murrow e sua equipa, mostra o quanto é difícil manter o equilíbrio e a liberdade de expressão nos media.

 

O direito de resposta e o contraditório estão, também, presentes neste filme, porque o Senador McCarthy tem a possibilidade de se defender sobre os factos de que é acusado. A discórdia agrava-se quando o Senador reage sem provas , chamando comunista ao pivô, mencionando inclusive: «Não me deixarei demover. Murrow é o símbolo, o líder e o mais esperto da matilha de chacais.» Todavia, Murrow e a equipa pagaram cara a sua ousadia e o programa foi transferido para um horário menos nobre.

 

Num tempo em que se vivia a Guerra Fria são ainda retratados na trama dois casos de afastamento das suas funções exercidas, por suspeitas de ligação ao comunismo. Um caso é o do Tenente M. Radulovick que foi convidado a abandonar a Força Aérea, devido ao seu progenitor ler jornais comunistas. Após a vinda do caso à praça pública, o Tenente foi reintegrado, visto que os “filhos não devem ser julgados consoante o rótulo que atribuíram aos pais”. O outro acontecimento que suscitou controvérsia na sociedade americana foi o caso de um membro feminino do FBI ter sido acusado de quotizar nas listas do Partido Comunista. A defesa exigiu a materialização das provas com o intuito de a indiciada bem como o público tivessem acesso as provas de delação.

  

Do início ao fim do filme, o pivô Edward R. Murrow consegue transmitir uma imagem de honestidade e de ética, porque não cedeu às pressões e procurou exercer um jornalismo objectivo e isento, sem influências políticas. Acabando por colocar em risco o próprio emprego.

 

O filme “Boa Noite, e Boa Sorte” é uma personificação da sociedade actual. Não só sobre os direitos dos cidadãos, mas também sobre a responsabilidade dos media numa sociedade. A televisão não é somente uma “caixa mágica” que serve para entreter, divertir e isolar, tem a incumbência de educar e tornar os seus espectadores informados e conscientes da realidade.


 

 

Por: Renata Costa

publicado por renatadbcosta às 22:24

 

A obra cinematográfica "5 days of war" da autoria de Reny Harlin descreve as vivências de um jornalista de Guerra, Thomas Anders,  e do seu repórter de imagem, Sebastian Ganz, no período de Guerra vivido na Geórgia devido à invasão da Rússia em 2008. Os audaciosos e destemidos, conseguiram testemunhar e filmar os mais terríveis crimes enquanto lutavam pela suas sobrevivências em lugares inóspitos e isolados trespassados por tiros e pela morte.

 

É na possibilidade de transmitir uma história em clima de conflito, característico da guerra, que levou estes jornalistas aventurarem-se em cenários preenchidos de pânico. A ambição de relatar acontecimentos com intuito do Mundo se manter informado dos avanços da guerra, influenciando, consequentemente, o quotidiano dos envolventes directos e indirectos poderá, eventualmente, ser subordinada a poderes sociais, por questões políticas ou económicas . Foi o que aconteceu com Thomas Anders. Na oportunidade de enviar as suas reportagens recebeu uma negação  no acesso à transmissão. Os editores justificaram a recusa com o desinteresse do público referente à realidade vivida na Geórgia, utilizando a transmissão dos Jogos Olímpicos como forma de ocupar grande parte da programação.

 

A velocidade e a pressão simbólica do clima de alarme limita o tempo de analisar com rigor o material que tem ou não valor de notícia e até que ponto se justifica a trasmissão de imagens violentas que poderão agredir a susceptibilidade do público, tal como também a segurança dos expostos. Esta é a problemática que Sebastian Ganz confronta usando Tatia como foco principal da sua reportagem. É na opção por um jornalismo sensacionalista, apelando a dor de uma rapariga perdida na procura da sua família após o casamento da sua prima ter sido alvo de um bombardeamento,  que o repórter encontra a solução para a possível transmissão das suas imagens, uma vez que este tipo de jornalismo apela um maior número de ouvintes para um problema.

 

Tendo em conta a falta de protecção dos jornalistas e restantes profissionais da área de comunicação presentes nos países em guerra coloca-se a questão se é um privilégio presenciar tal acontecimentos ou considerar uma verdadeira prova de vida.

 

Edgar Alves

publicado por edgaralves às 22:20

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