Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

14
Mai 12

Por: Regina Machado

Especialização: Jornalismo Cultural

 

Após a morte da avó, Manuel Santos Maia teve a sensação de perda de raízes, a sensação de que faltava esclarecer o seu passado, da recuperação da própria identidade. Desse pensamento e da busca identitária dele resultante, surge o projeto alheava.

 

Uma das obras de Manuel Santos Maia: Moçambique Branco e Portugal Negro

 

publicado por Regina Machado às 23:53

Por: Regina Machado

Especialização: jornalismo cultural

 

Após a morte da avó, Manuel Santos Maia teve a sensação de perda de raízes, a sensação de que faltava esclarecer o seu passado, da recuperação da própria identidade. Desse pensamento e da busca identitária dele resultante, surge o projeto alheava.

 

Fonte

Uma das obras de Manuel Santos Maia: Moçambique Branco e Portugal Negro


 

 

publicado por Regina Machado às 03:36

Carla Lucas sofre de bruxismo desde os 14 anos

 

 

Carla Lucas, de 22 anos e estudante de fisioterapia, recebeu o alerta da irmã. Durante a noite range os dentes de forma rítmica e com muito ruído, ao ponto de a acordar. Carla continua a dormir. Durante o dia não range os dentes, mas em situações de stress aperta-os vigorosamente sem se aperceber. As dores de cabeça são recorrentes, o cansaço aumenta e a energia que o dia-a-dia de estudante universitária lhe exige vai-se esgotando.

 

Carla obteve a confirmação numa consulta de rotina no dentista. Os dentes tinham vindo a sofrer um forte desgaste e a articulação temporomandibular faz estalidos ao abrir a boca.

 

Diagnóstico: bruxismo.

Causa mais comum: stress.

Cura: inexistente.

 

APRESENTAÇÂO


Bruxismo nocturno é uma perturbação do sono. Durante a noite pode assumir as formas cêntrica (apertamento dos dentes) ou excêntrica (ranger causado pelo movimento lateral da mandíbula contra o maxilar). Já o bruxismo diurno manifesta-se de diferentes formas, habitualmente com o simples apertamento ou assumindo a forma de tiques ou hábitos como mascar chiclete ou roer unhas ou lábios.

Esta é uma doença que afecta todas as faixas etárias e que é frequente tanto em mulheres como em homens. O comportamento é involuntário e, geralmente, inconsciente. A Drª Ana Pinto, mestre em odontopediatria e pós-graduanda em ortodontia, explica que, no caso do bruxismo nocturno excêntrico «os nossos dentes, em contracção muscular, conseguem apertar força equivalente a uma tonelada. É uma força mesmo brutal, capaz de partir uma estrutura dentária, que é uma estrutura complexa, mineral, dura e difícil de fracturar. Se tiver um dente integro é difícil fractura-lo só com a força de aperto ou de deslize entre os dentes».

 

CAUSAS


O stress físico e emocional é a principal causa do bruxismo, mesmo que a pessoa aparente ser calma. Uma vida agitada, problemas profissionais, familiares ou psicológicos podem contribuir para o aumento do stress e, logo, favorecer o desenvolvimento do bruxismo. Porém, este problema também pode estar associado a outras doenças relacionadas com o sistema bucal ou outros. Por exemplo, o alinhamento incorrecto dos dentes, o facto de se fechar a boca de forma inadequada ou mesmo disfunções neuronais podem desencadear a patologia.

 

Carla - sugestão a dentistas by Sílvia Silva 5

 

SINTOMAS e CONSEQUÊNCIAS


Sintomas do Bruxismo by Sílvia Silva 5

 

 

No dia-a-dia, dores de cabeça e enxaquecas são muito comuns entre as pessoas que sofrem de bruxismo e as dores podem estender-se a todo o rosto, ouvidos, pescoço e ombros. Feridas no interior da bochecha e língua, dentes partidos sem motivo aparente são também sinais de alerta. Uma das consequências mais visíveis é o desgaste do esmalte dentário, que se traduz num desgaste anormal dos dentes e alguns chegam mesmo a partir-se. Com o desgaste acentuado, há o risco de o nervo (interno ao dente) ficar exposto, provocando dores muito fortes. O passo seguinte será a desvitalização do dente e, por fim, a extracção. A articulação temporomandibular também será afectada e passará a fazer estalidos, restrição da abertura da boca ou desviar para o lado ao abrir e fechar. Tudo isto resulta em fadiga e cansaço, o que, nos casos mais graves poderá conduzir a uma depressão. Se não for tratado a tempo, é possível observar que o bruxismo se causa a si mesmo.

 

 

 

 

Consequências do Bruxismo by Sílvia Silva 5 Carla - como posso perceber se tenho bruxismo? by Sílvia Silva 5

 

TRATAMENTO


O bruxismo não tem cura, mas existe um conjunto de tratamentos que ajudam o paciente a adaptar-se da melhor forma à doença. O ideal é actuar directamente na origem do problema, que, na maioria dos casos é o stress. Diminuindo a carga de stress, é provável que os episódios de bruxismo também diminuam. É aconselhável a prática de desporto e exercícios de relaxamento e eliminar hábitos como mascar chiclete, morder ou apertar objectos. Deve-se evitar o consumo de álcool e de cafeína, sobretudo antes de deitar. Durante o dia, é importante prestar atenção à pressão exercida pela mandíbula contra o maxilar e procurar uma posição de relaxamento sempre que se aperceber. Nos casos mais graves, fisioterapia, psicoterapia e medicação, como calmantes ou anti-depressivos, poderão ser necessários.

 

 

Além de tudo isto, o doente será aconselhado a utilizar uma goteira de relaxamento durante a noite. A goteira é um pequeno aparelho confeccionado por um médico dentista especificamente para uma pessoa. No interior tem a forma dos dentes do paciente e no exterior tem uma superfície lisa. Este aparelho é colocado entre os dentes e irá impedir o desgaste dentário durante a noite. Outra vantagem da utilização da goteira será o facto de colocar a mandíbula numa posição de relaxamento. Isto não impedirá que o doente continue a fazer força, mas existe a hipotese de que essa posição de relaxamento favoraça uma diminuição dos episódios de bruxismo e um consequente incremento da qualidade de vida de quem sofre desta patologia.  Carla - bruxismo by Sílvia Silva 5

 

Sílvia Silva

publicado por silvia_silva às 03:24

13
Mai 12

     A crise que hoje o país atravessa impulsionou uma autêntica “corrida ao ouro”.  O comércio ligado à venda de ouro aumentou em Portugal 55,5 por cento em 2011 em relação ao ano transacto. A grande maioria são negocios por conta própria mas já existem actualmente redes nacionais de franchising de comércio de ouro.

 

 

                                                                                                                                        As lojas de compra e venda de ouro invadem o país de Norte a Sul

   

   Historicamente podemos observar que em épocas de crise há sempre um negócio que emerge. Na que estamos a viver há um que tem crescido num ritmo alucinante: o da compra e venda de ouro.

   Na Rua de Santa Catarina do Porto, uma das mais agitadas da cidade , quem passa tropeça facilmente em lojas directamente associadas a este negócio. “Aqui a concorrencia é enorme. Só nesta rua temos cerca de 15 lojas de compra e venda de ouro” afirma Filipa Semedo proprietária de uma ourivesaria. “Naturalmente vieram prejudicar o negócio das ourivesarias desta zona” desabafa.

   Esta rua  do centro do Porto não é mais do que um espelho daquilo que acontece no resto do país que tem assistido a uma rápida expansão do negócio de Norte a Sul. A explicação para este fenómeno prende-se principalmente com a crise nos mercados bolsistas que consequentemente, elevaram a cotação do ouro para máximos historicos tendo como efeito uma nova tendência: o aumento das lojas da especialidade.  Segundo dados da Imprensa Nacional Casa da Moeda, surgem em media  quatro novas lojas por dia.

   Como recurso para combater as dificuldades, cada vez mais portugueses recorrem ao ouro que tem em casa encontrando assim uma bóia de salvação, o que segundo Rui Neves, ourives na cidade do Porto, explica o “boom” deste negócio . “Como  sabemos o país está a atravessar tempos difíceis e o ouro é encarado como um refúgio pelas pessoas”. Segundo o empresário “É fundamentalmente daqui que advém as casas de ouro em grande escala, porque é oportuno para aquelas pessoas menos escrupulosas que vão comprando peças de ouro a baixo custo e como está a valorizar imenso, conseguem registar lucros signifivativos”

 

Rui Neves , proprietário de uma ourivesaria na cidade do Porto 

 

 Exportaçao do ouro

 

   Grande parte do ouro adquirido por este tipo de lojas é comercializado para o estrangeiro, como refere Rui Neves. “Sabemos de antemão que o ouro que compramos hoje em dia não fica cá em Portugal. A Alemanha e os países de Leste, neste momento , são os países que compram mais.”

   No ano passado Portugal foi dos países que mais exportou este metal precioso. Estima-se que tenham sido exportadas 13 toneladas de ouro, que se materializaram num disparo de 140% das exportações do ouro, dados estes que revelam o aumento do protagonismo deste mercado no seio da economia portuguesa.

 

 

 

Os portugueses têm se desfeito do seu ouro para combater a crise 

 

 Escassa fiscalização

 

   Notícia publicada no Jornal de Noticias, revela que uma parcela muito significativa do ouro furtado e roubado em Portugal tem como destino os diversos estabelecimentos de comércio de ouro espalhados pelo país . A falta de uma fiscalização rígida tem sido uma das principais críticas a este mercado.

  Neste negócio , como noutro qualquer existe um código que regula a actividade . Porém, em grande parte devido á concorrencia asfixiante , o processo não é cumprido na totalidade como denuncia Rui Neves .“A policia  é forçosamente obrigada a tomar conhecimento de todas as nossas vendas e compras. Agora se todos o fazem, isso é que eu tenho duvidas.” Esta falta de fiscalização , revela-se um furo aproveitado para a circulação de ouro roubado e clandestino.

   Os assaltos são precisamente um dos principais medos que assolam quem trabalha no meio . Quem está a frente destas lojas tem receio de dar a cara , consequência natural das inúmeras noticias que dão conta dos assaltos a este tipo de lojas. “Poderão querer ou não dar a cara,  porque ao mostrarem-se vão dar o conhecimento de quem é a pessoa que está por trás, e hoje em dia vemos que a vaga de assaltos não para e não queremos ser vítimas também” afirma o ourives.

  Contudo o negócio vai de vento em popa e os portugueses vêem aqui uma oportunidade para enganar a crise levando á letra o ditado popular : Vão se os anéis e ficam os dedos.

 

 

Tiago Alexandre

publicado por tiagoalexandre19 às 23:47

Consciencialização

 

 

 

Se para as pessoas ditas normais os tempos não se avizinham fáceis, muito menos o será para pessoas incapacitadas.

Para estas tudo se complica na hora da integração social, nomeadamente na hora da entrada numa universidade.

Para mostrar tal facto, foi aqui reparada a forma como, no caso particular da Universidade Lusófona do Porto, se vê a entrada desta gente menos apta fisicamente que, com toda a certeza, está no seu direito de querer instruir-se e frequentar o ensino superior.

 

 

 

A constatação dos factos

 

Situada em pleno centro da cidade invicta, resultado de um restauro a um edifício datado do século IXX, encontra-se a Universidade Lusófona do Porto.

Esta dispõe de uma localização privilegiada para quem a pretende aceder, fazendo com que chegar a ela seja simples e rápido.

 

 

Porém, logo á entrada damos de caras com um degrau sem qualquer tipo de rampa de auxílio à entrada de deficientes.

A entrada para a secretaria é também ela feita de degraus altos para a receção de incapacitados e a própria sala de estudo/computadores situada em frente da secretaria não pode ser acedida pois as portas são estreitas e o mesmo mal dos outros lados existe também.

Embora possua quatro edifícios no todo da sua constituição, a universidade não oferece mais que escadas íngremes, acompanhadas de estreitos corrimões, e que servem para o acesso a todos os andares.

Ainda no mesmo edifício existe um bar, reprografia e ainda salas de apoio a alguns cursos nomeadamente de informática, ciências da comunicação, ciências audiovisuais e multimédia, entre outros, que se situam em pisos abaixo do rés-do-chão e para serem acedidos por exemplo, torna quase impossível o acesso por alguém numa cadeira de rodas.

É ainda constatado que o edifício recentemente construído não cumpre as normas de acesso a pessoas incapacitadas, tendo por exemplo escadas construídas em caracol.

É visível ainda a construção de um elevador no primeiro edifício.

 

 


 

“Não é de agora em que estes assuntos são falados em reuniões com a administração da Universidade”

 

                                                          Joana Soares, Presidente da associação de estudantes

                        

Joana Soares, presidente da associação de estudantes, afirma que estes “são assuntos que devem ser falados. Só mostram que existe uma maior consciencialização por parte de todos em preocuparem-se por estas coisas” e “não é de agora em que estes assuntos são falados em reuniões com a administração da Universidade”. 

 

Embora não seja muito visível á restante comunidade educativa o que tem vindo a fazer a associação de estudantes, esta sempre que possível dialoga sobre estes casos e repugna os maus acessos mas, por outro lado “já estivemos bem pior. As obras feitas e as rampas que ligam o rés-do-chão por exemplo, são exemplos de melhorias”.

 

 

 

 

 

 

Ponto de vista arquitetónico

 

 

 

 

                                                                                    Vilma Ferreira, Arquitecta

 

 

Vilma Ferreira, arquitecta, após um pequeno passeio pelas instalações da Universidade, afirma que esta “não está tão mal assim nos acessos” pois “com a instalação deste elevador novo passa a cumprir a maioria das normas para os edifícios públicos”.

Segundo a profissional de arquitectura, “o que é constrangedor é haver compartimentos onde se fazem estudos em comum como salas de estudo e aqui o centro informático, onde não é possível aceder directamente para lá”.

Podem ainda ser referidas as escadas íngremes que retratam a universidade um pouco pelo seu todo, destacando aqui um outro aspecto importante, “o corrimão estaria anti regulamentar pois deveria estar trinta centímetros antes para o deficiente motor puder então confortavelmente segurar-se e efectuar o seu percurso”.

É ainda de frisar que a própria entrada na Universidade não é fácil sendo constituída por um degrau; “A entrada na Universidade pode não ter uma subida para cadeiras de rodas porém, esse aspecto menos positivo pode ser perfeitamente colmatado com uma rampa amovível”.

A juntar a tudo isto encontra-se legislado em decreto-lei desde 1997 que todo e qualquer edifício público deve ter uma série de parâmetros cumpridos para poder receber pessoas com incapacidade.

 

 

 

 

A administração  

 

                                                                          Doutora Natália, Administração da Universidade Lusófona do Porto

 

A universidade tem já predefinida uma forma de actuação perante a notícia de um possível aluno com dificuldades motoras.

Este mesmo tipo de actuação, como havia de esperar por uma instituição deste género, tem como objectivo o de “incluir ao máximo o novo aluno nas práticas escolares praticadas”, diz a Doutora Natália, membro da administração da Universidade.

Quando inquirida sobre o tema do elevador em construção e o porquê de apenas agora estar a dar-se início às obras necessárias, a resposta foi: “Há 15 anos estou cá e há 15 anos que se fala na construção de um elevador mas tivemos sempre outras coisas a realizar, dando-se prioridade a outras prioridades. (…) Chegou agora a hora de investir nesta prioridade.”

É sabido que o edifício da Universidade não é um edifício novo, o que torna as coisas mais complicadas, “É preciso ver que este não é um edifício novo mas sim restaurado, o que torna mais difícil seguir á risca todas as regras. Neste momento está a construir-se o elevador mas não por motivos de legalidade.”

Segundo a administração, o edifício mais recente, também ele restaurado, atenua os seus fracos acessos com uma porta lateral que pode ser acedida por fora e que deixa em aberto a entrada para o piso zero desse mesmo edifício fazendo, deste modo, com que seja evitada a passagem pelas escadas através do edifício anterior.

Outro aspecto importante frisado pela administração é as rampas existentes ao longo de todo o rés-do-chão do edifício antigo que colmatam as escadas e degraus grandes do ponto de vista do deficiente motor.

“Não temos registo de alunos incapacitados na nossa Universidade. O caso mais parecido, podemos referir-nos assim, foi o que uma aluna que partiu um pé e, como o curso que frequentava, arquitectura penso, tem muitas aulas em pisos superiores, tomamos a iniciativa de passar as aulas desse ano para o rés-do-chão, facilitando dessa forma a deslocalização da aluna.”

 

 

 

Concluindo

 

A Universidade Lusófona do Porto encontra-se a par das suas limitações mas também sabe que chegou a hora de criar novas rotinas na Universidade.

Segundo foi apurado, existe na administração um novo projeto em planeamento.

Este resumir-se-á na construção de um terceiro edifício, edifício este que contará de raiz com um elevador e acessibilidades facilitadoras para os mais incapacitados, contando ainda com ligação pelo rés-do-chão com os outros dois edifícios já construídos.A Universidade Lusófona do Porto encontra-se, então, num caminho que visa diminuir barreiras e quebrar os obstáculos na locomoção de deficientes motores.

 

Por: Fábio Dias

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por fdsd às 23:47

Entre a conquista de sucesso e as saudades de casa, ser imigrante é mais do que uma simples viagem de um país para o outro. É um motivo de orgulho para os que alcançam os objetivos traçados e de tristeza para os que se perdem pelo caminho. Pedro Kemako revela-nos como é a sua vida em Portugal, ontem, desamparado e quase sem teto, e hoje, com uma vida estabilizada.

 

Agostinho Neto, escreveu e caracterizou em "Havemos de voltar", o desejo de milhares de angolanos, hoje, por esse mundo fora. Antes vítimas da guerra civil, a Angola de agora, emerge nos seus filhos o eloquente anseio de regressar à casa. Pedro Kemako é um dos muitos rostos angolanos a residir em Portugal, mais concretamente em Viana do Castelo, onde cultiva a saudade descrita por Neto.

Enquanto este momento não chega, a esperança de regressar faz-se em pensamento, e a procura de uma adaptação consolidada em terras alheias é uma obrigação.

Contudo, com o passar do tempo, estar aqui já não é um sacrifício, “como diz alguém, quem vem a Viana fica e quando vai não esquece” revela-nos Pedro.

4h30 da manhã e a orquestra começa a tocar, 1, 2 e 3 despertadores em simultâneo dão o sinal de que é hora de seguir para mais uma jornada de trabalho. Da cama para a casa de banho é um salto. Logo vem a cozinha, onde os iogurtes e frutas são arremessados para uma saca, o pequeno-almoço é na estrada que vai de encontro ao Douro; destino, fábrica da Super Bock no Porto.

 

 

“Não é fácil ser emigrante”

O frio e o drama da ilegalidade são os maiores problemas "naquela altura a solidão era enorme, acompanhada de saudades dos familiares. Nas questões de saúde por exemplo, era necessário documentação legal. Em determinados momentos parecia surgir uma luz ao fundo do túnel, mas era pura ilusão “quando finalmente conseguia ser tratado, pagava mais caro”.

Quando se é emigrante, até ir a rua torna-se uma experiencia dolorosa, “fugia sempre da polícia. Não é fácil ser emigrante”.

Para Sandra Machado 35 anos, os seus 20 anos em Viana do Castelo contam com os mesmos problemas. “A guerra civil fez com que emigrasse a procura de melhores condições de vida”. Como todo emigrante, no começo viu a saudade manifestar-se de forma mais esclarecedora, “senti-me isolada e com saudades da família. Senti uma grande diferença na cultura e principalmente no clima. Não posso deixar de referir que senti uma certa indiferença em relação a minha cor e a pronúncia” confessa Sandra.

O caminho para integração passa por aprender a contornar a saudade “ligava sempre que tinha oportunidade. Escrevia e chorava imenso, mas era a melhor forma de ultrapassar toda a saudade”.

Chegar a casa é momento de renovar energia, porque amanhã recomeça tudo outra vez, “a maior dificuldade é a adaptação. É tudo tão diferente, as pessoas são muito mais reservadas, em Angola tudo é “família”.

Após duas décadas olhar para trás é um momento de paz, “valeu a pena ter escolhido este caminho pelas oportunidades que dificilmente teria no meu país.

Ainda assim, este é um caminho de dificuldade. Poder dizer, tenho uma vida estável representa lágrimas e muita persistência, “passamos por muitas dificuldades até conseguir ter uma vida estável. Existe muita burocracia para nos legalizarmos”.

Quando a integração é total, adota-se a pátria que antes desempenhou a mesma função. E o orgulho de tudo que construiu vem ao de cima, “orgulho-me de ultrapassar todas as barreiras que apareceram e conseguir ter uma vida estável. Tenho dupla nacionalidade e duas pátrias, considero-me filha de Angola e de Portugal”, diz Sandra Leonor.

A pouco mais de 40 quilómetros, na Povoa de Varzim, Jorge Caleia e Sérgio Airosa exprime aquele que parece ser o denominador comum dos emigrantes angolanos, “por estar a viver o meu país, um período bastante difícil de guerra, vim a procura de uma vida melhor”.

Os obstáculos foram muitos e a ausência da família era bastante sentida, “senti dificuldades, brutalmente significativas, em termos culturais e climatéricos. A maior das dores, a saudade, sem a estrutura familiar por perto, foi como se me tivessem tirado o chão, flutuando em céus incógnitos”, conta-nos Sérgio Airosa.

 

 

O risco revelador

Definida como à habilidade de confrontar o medo, a dor ou o perigo, a coragem caracteriza a pessoa perseverante que, mesmo com medo, faz o que tem a fazer e motiva-se a ir mais além. “Fugi dos conflitos em Angola. Mas hoje existem questões que obrigam-me a ficar em Portugal. Para além do trabalho na fábrica, consigo ter melhores condições de saúde, higiene e educação.

Os hábitos e costumes angolanos deixam de ter verbos conjugados no passado ”mantenho contacto com a família, amigos de infância, a internet e as redes sociais permitem uma conexão quase direta”.

Porém, este facto em momento algum foi motivo para uma integração menor no seio lusitano, houve sempre a necessidade de não se colar de forma extrema ao estilo angolano de ser “para ser integrado tinha que estar pronto a me integrar, e procurar conhecer mais a cultura portuguesa”.

Do desenho artístico, a prática de judo, passando pelo coro da igreja de caridade, vai pintando com contornos marcantes, a pessoa que é ”o que mais lhe orgulha é ser a pessoa que sou”.

E enquanto caminha, a luta entre o coração e a razão permanece ativa… “Queria poder regressar como previu Neto em Havemos de voltar, mas a vida ensinou-me que por vezes as obrigações tomam conta de nós. Existe uma grande interrogação no que toca a este assunto” finaliza Pedro Kemako.

publicado por yamuss às 23:38

Tal como para um português o galo de Barcelos, ou até mesmo o pastel de nata, pode definir Portugal, muitos ingleses consideram que a frase “Keep Calm and Carry On” resume, na perfeição, aquilo que são. Sara Sá viveu em Inglaterra quase cinco anos e comprova tal facto. A bailarina, formada numa Academia em Londres, assume que aquele lema surge, quer em cartazes de rua, quer em simples recordações.

Aqui há dias, Cristiano Ronaldo marcou mais um golo. Tal facto, não é, para nós, novidade alguma. Mas sim a forma como decidiu festeja-lo, na partida contra o Barcelona FC. “Keep Calm… Ronaldo is Here” foi, no dia seguinte ao jogo, uma das frases mais partilhadas através do facebook. Mas, afinal, qual a origem deste lema que nos apela à calma e nos manda seguir em frente?

 

Fig. 1 - Consta que este cartaz personalizado foi um dos mais partilhados nas redes sociais.

“Keep Calm”… agora vais conhecer a história!


Como terá surgido esta frase que, por muitos, é adotado como lema para a vida? Será que surgiu fruto da imaginação de um cibernauta da atualidade? A resposta está longe de ser atual. Embora nos deparemos, constantemente, com o cartaz que anuncia esta frase, quer no facebook, quer em blogs, ou até mesmos em sites de partilha de imagens, este foi elaborado, pela primeira vez no ano de 1939, pelo Ministério da Informação britânico. Viviam-se momentos aterrorizadores com o início da II Guerra Mundial e o perigo de invasão por parte da Alemanha era iminente. Por isso, o governo elaborou uma série de três cartazes com mensagens motivacionais. 

Para saberes mais pormenores, clica no video.

 

 

Consta que o terceiro cartazes, “Keep Calm and Carry on”, estaria reservado para uma eventual invasão nazi à Inglaterra. Porém, dado que tal nunca aconteceu, o cartaz permaneceu guardado e nunca chegou a ser divulgado. Há quem creia que estes cartazes terão sido destruídos em 1945, data que assinalou o término da guerra.

 

Fig. 2 - A mensagem funcionava como um grito de ânimo para os cidadãos

 

Um design único...


O design do cartaz era, especialmente, coloquial. Através de várias estratégias adotadas durante a conceção, conseguia-se evitar qualquer tipo de falsificação e retaliação por parte do inimigo. Desprovidos de qualquer género de imagens, no cartaz poder-se-ia apreciar o desenho da coroa simbólica George VI no topo e a mensagem do Rei, com letras simples e apenas de duas cores.

Embora tenha já passado mais de meio século, muitas variantes começaram a surgir, a partir do momento em que cada pessoa deu um conselho para keep calm.

 

Existem até sites que reproduzem, de forma automática, o cartaz, sendo apenas necessário introduzir a frase que desejarmos. Vários são os utilizadores do facebook que “gostaram” desta iniciativa e publicam os próprios conselhos no próprio mural. No entanto, esta plataforma de (re)criação de conselhos para o keep calm está, ainda, disponível para softwares “Android” e também “IOS”. 

 

 

…Carry On!

 

Consta que, um funcionário de uma livraria que comercializava livros em segunda mão, chamada Barter Books, em Alnwick, terá encontrado uma cópia do cartaz “Keep Calm and Carry On”. Depois de ter sido pendurado numa das paredes da livraria, os donos começar a receber solicitações de cópias e a comercializar este cartaz. A partir deste momento, a mensagem tem sido fonte de inspiração em tudo o mundo. 

 

Em consonância com esta frase, surgiram, também, outros lemas tais como “Now Panic and Freak Out”, cuja coroa surge invertida, ou recentemente, o famoso “Keep Calm… Eu Sou Finalista”, à moda bem portuguesa.

Sabe-se que um reduzido número de cartazes originais se encontram no National Archives and The Imperial War Museum, em Londres e mais quinze foram encontrados no BBC’s Antiques Roadshow.

Fig. 3 - Um simples conselho pode ser dado através dos sites de reprodução.
O autor que criou esta frase continua no anonimato. No entanto é impressionante pensar que, mesmo com o avançar dos anos, muitos continuem a resgatar forças, na essência desta frase que se tornou, minha, tua e nossa, nos dias de hoje. 
Por: Ana Pinto


publicado por anavanessapinto às 23:01

A cozinha nipónica há muito que é conhecida por todo o mundo, mas só recentemente os portuenses entraram na moda do sushi. Enquanto a ideia do peixe cru seja difícil para alguns, são cada vez mais os adeptos desta iguaria japonesa.

 

 

 

A cozinha do país do sol nascente tem inúmeros pratos de todos os tipos, mas é especialmente conhecida pelos pratos de peixe cru muito fresco e arroz. Com origem numa antiga técnica de conservação de peixe em arroz avinagrado, a prática tem cerca de dois séculos no formato que o conhecemos hoje. Antigamente era vendido na rua como “fast-food”. No ocidente estes pratos ficaram conhecidos como sushi, ainda que existam diferenças relativas as diversas peças de sushi. 

 

  

 

 

 

Por: Susana Estácio Marques

 

 

publicado por susanamarques às 22:17

 

Por: Joana Ferreira

 

Fundado em Fevereiro de 2004, o Facebook é uma ferramenta social que ajuda as pessoas a comunicarem mais eficientemente com os seus amigos, família e colegas. As redes sociais mostram-se cada vez mais como um lugar de presença obrigatória para todos aqueles que querem fazer passar de algum modo a sua mensagem. Os políticos não são execpção, pois recorrem as redes socias para fazer passar as suas ideias políticas. Como detentores do poder de formar e influenciar a opinião pública de um determinado grupo, os atores políticos mobilizaram as suas estratégias de persuasão de acordo com a mobilização das grandes massas.  

 

 

Fig. 1 O poder que as redes sociais exercem na opção politica de uma comunidade

 

As redes sociais atingiram a nossa comunidade e todos os dias são imensos os internautas que por estás plataformas se deixam conquistar. Desta forma para a mensagem politica chegar as grandes massas são cada vez mais os políticos que utilizam a Internet para se fazerem ouvir e interagir com o eleitorado e desta forma conseguir a sua fidelização ao partido. Como representantes de uma população  os políticos utilizam a maior rede social do Mundo  “como canal  de diálogo com os eleitores”, refere Luiz Fernando Cardoso, repórter de Política e Master em jornalismo. A estratégia no uso destas plataformas passa por atingir um publico cada vez mais vasto.

Com o inicio de uma era da comunicação onde tudo se transporta para a internet, os  atores  políticos viram também a necessidade de agirem de acordo com a evolução do ciberespaço Os meios digitais estão a mudar o panorama da comunicação, com a economia em constante mudança, as novas tecnologias da informação, internet e redes socias assumem especial relevo na nova era da comunicação e gestão dos relacionamentos entre as pessoas. O Mundo digital permite aos políticos alcançar e interagir com o eleitorado em qualquer lugar e a qualquer momento.  

“Os mercados são cada vez mais competitivos e globais” menciona Luís Saias no livro “Marketing de Serviços”. A adaptação á era moderna é necessária, o bom uso das ferramentas da comunicação pode trazer reconhecimento e prestigio para o partido politico. Rita Figueiras, professora Universitária  refere “Os meios de Comunicação social podem ajudar a ganhar campanhas”, por vezes sendo irrelevante a qualidade do politico, a qualidade vem dos “bastiadores”, onde são definidas estratégias para a captação de eleitorado.  

 

 

 Fig.2 Barack Obama nas presidenciais de 2008 nos EUA

 

 O reconhecimento e a utilização da internet com media para campanhas eleitorais já existe pelo menos há 10 anos, porem a campanha realizada por Barack Obama em 2008 para a eleição presidencial dos EUA superou qualquer expectativa , traçando novos rumos para o marketing político, reescrevendo regras de como atingir o eleitorado. Esta interação proporcionada e especial pelas redes sociais possibilitou maior aproximação dos eleitores com Obama.Barack Obama ganhou este nomeação democrata em grande medida por causa da domínio de sua campanha de tecnologia da informação e sua compreensão das redes sociais.

Rui Calafates, especialista em Marketing Político, foi um dos académicos que estudou as legislativas de 2009 em Portugal, e explica “Há anos fazia soundbyte ao  político que aparecia na internet. Agora já perceberam que a Net é mais do que uma tática, é uma forma de conseguir proximidade”. A internet e as redes sociais estão a entrar no mundo político português e com a generalização da ferramenta, os atores políticos perceberam que para chegar a alguns dos seus potenciais eleitores tem de ser através da Web.  “Vários estudos indicam que a percentagem de tempo dedicado ao Facebook pelos seus utilizadores esta a ultrapassar o tempo  dedicado á busca, os candidatos têm de estar onde as pessoas estão” menciona João Wengorovius, presidente da agência de publicidade BBDO Portugal. Filipa Seiceira explica o que as candidaturas não estão, mas deviam estar a fazer, na Net.O segredo está em descobrir as melhores mensagens para o segmento de público que interessa.Independentemente da cor politica, idade ou formação, não há político que dispense a sua presença nas redes sociais. No entanto Ivone Ferreira professora Universitária considera que os políticos portugueses ainda não estão a vontade com a principal vantagem dos meios, a interatividade. 

            A interação entre eleitores e candidatos proporcionou o aumento da confiança e da credibilidade, proporcionando a mudança de hábitos e maior participação politica da população, sobretudo os jovens. 

 

 

 

publicado por Regina Machado às 22:13

 O Graffiti é “um meio de expressão social e de comunicação específica, geralmente realizado por jovens, num determinado suporte. É realizado com várias cores e com traços que o identificam, diferenciando-o de outras expressões visuais.” Durante muito tempo visto como um tema irrelevante ou simples contravenção, atualmente o graffite já adquiriu outro estatuto.  É visto como uma forma de expressão inserida no campo das artes visuais, em particular, da street art ou arte urbana.Todavia ainda há quem não concorde e confunda o graffiti com pichação.

 

 

 

 

 

«O mundo do graffiti é uma dimensão à parte. Para mim as paredes têm uma dimensão espacial própria. Este país ainda tem uma mentalidade muito fechado em relação à arte de graffitar», diz Doc, um writer. O graffiti encontra­-se entre duas visões: a da sociedade, que o denomina como um ato de vandalismo e/ou um atentado ao património, e a dos graffiters, que o defendem como uma expressão de arte alternativa, como uma contracultura, onde se manifesta a criatividade, estimulada por vezes, pela crítica à realidade social ou, simplesmente, pela vontade de "dar mais vida" aos espaços urbanos.

 

 

 

Numa fase inicial, as cidades eram invadidas por uma profusão de caligrafias indecifráveis, feitas a marcador – as tags, que não significam senão “eu passei por aqui. eu existo”. A pouco e pouco os writers  foram introduzindo cores, novos estilos e procuraram adotar novas técnicas para a sua concretização do graffiti. Nos anos seguintes, motivados pela competição, os writers procuram novas soluções para ter o seu tag o mais presente possível: agruparam-se em crews para conseguirem pintar melhor e em áreas com mais visibilidade urbana. Rapidamente, esta nova forma de expressão desenvolveu-se na direcção de trabalhos artísticos com uma componente expressiva cada vez mais definida. Assim, o graffiti contemporâneo pode ser visto como uma forma arrojada de revelação da criatividade do graffiter. Por ser uma manifestação artística, o graffiti está associado a diversos movimentos musicais como o Hip Hop, onde os desenhos refletem a realidade das ruas. É de salientar que o graffite necessita da autorização do proprietário do muro ou do espaço, ao passo que, a pichação que é realizada sem legalidade e com o intuito de vandalizar. Todavia, como refere Biz, "nós apropriamo-nos do spot e a imaginação faz a obra".

 

 

Desde 2008 há uma maior intervenção dos jovens no espaço público do que no passado. Por duas razões: em primeiro lugar,  o agudizar dos problemas económicos e sociais faz com que as pessoas sintam mais necessidade de se expressar no espaço público; e, em segundo lugar, porque existe um clima de maior tolerância em relação à intervenção em espaço público, que deixou de ser um fenómeno circunscrito a uma certa cultura juvenil.

 

 

 https://1.bp.blogspot.com/_DLtWxd3dchc/R1R86x-qRGI/AAAAAAAAA-U/76IRpCAif3w/s1600-R/graffiti-portugal+024.jpg

 

  

Street Art como Arte Pública

O graffiti, como antecessor e percursor da street art então é também ele uma forma primitiva de Arte Pública. "O facto de trabalhar

com pseudónimos dá-nos uma liberdade sem limites", salienta Biz. Estas formas de comunicação efémeras têm que serem lidas, processadas e apreciadas rapidamente pois a qualquer instante podem ser limpas da parede. Estamos perante um movimento em constante mutação e energia criativa imparável num fluxo global de conexão e comunicação.

Se Arte Pública é considerada aquela que é praticada no exterior, em oposição à que se desenvolve em gabinetes e ateliers e para comtemplada em museus e galerias. Então, o graffiti e a street art são Arte Pública porque são manifestações de atividades artísticas que utilizam o público como a génese e o assuto para analisar.  "Nós procuramos comunicar com o público na cidade, retramos os seus anseios e as suas preocupações", diz Doc. A street art analisa temas atuais, polémicos, sociais, culturais e políticos; outras vezes assume somente um carácter lúdico.

A Arte Urbana faz parte da cultura visual contemporânea, tendo evoluído e alastrado por todo o mundo, muito graças às novas tecnologias de informação. "Mas nós writers preferimos as paredes pois as mensagens chegam a mais pessoas", diz Rame.  Artistas como Fairey e Banksy têm contribuído para elevar a Arte Urbana, tentando mudar a percepção do público sobre esta forma de arte, de vandalismo para um movimento artístico que vale a pena preservar. 

 

 

 

 

 http://www.baixaki.com.br/usuarios/imagens/wpapers/421355-996-1280.jpg

 

“We now have a global audience for a truly global art form”(Lewisohn 2007:153).

 

 

 

publicado por renatadbcosta às 22:05

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