Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto

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Abr 13

 

A jornalista da RTP experiente na área da Saúde, Paula Rebelo, foi a segundo convidado da aula de quarta, no âmbito da disciplina Jornalismo Especializado. Falou um pouco sobre a vida profissional no início, adversidades da profissão e como fazer um bom trabalho. A manhã do dia 11 de abril diferiu da semana passada por ser uma sessão aberta, que contou com a participação de vários cursos da Universidade Lusófona do Porto. 

 

Para trabalhar numa área especializada é necessário perceber intimamente do assunto como também um gosto pela matéria. Paula Rebelo é uma referência do jornalismo de Saúde em Portugal, “área de muitos interesses” em que é necessário “perceber o que se trata ao traduzir a informação”. É fulcral dominar dossiers, com atualização constante de informação e cultivar relações com mais fontes.

 

Por considerar no geral as notícias negativas, o normal acaba por ser menos noticiável. Para Paula Rebelo, a área da saúde no jornalismo é diferente pois a maioria das peças são sobre descobertas importantes como curas, novos tratamentos e recuperações de doentes ou seja, notícias positivas. No entanto também há espaço para o negativismo, como quando algum médico ou cientista cometeu erros. “Só é notícia quando o profissional faz algo muito bem ou muito mal”.

 

Há um desgaste de temas, que causa desinteresse ao espectador. O jornalista falar da obesidade, cancro ou tabaco, cuja única solução é a originalidade. “Uma abordagem personalizada e interessante, com ênfase nas fontes”. É também necessário sensibilizar e direcionar o profissional especializado para o foco do jornalista, pois o telespectador desinteressa-se pelo que não entende. “O médico pode ter 10 coisas importantes para falar e nós escolhemos duas por que é para nós jornalistas o mais relevante”. Para um bom trabalho considera necessárias três fases: traduzir, simplificar e ser interessante.

 

Paula Rebelo alertou também para evitar o sensacionalismo. Personalizar e humanizar o doente de forma a causar emoções no telespectador é evitável por que descredibiliza a peça. “É preciso proteger todos os doentes principalmente em situação degradante” e “evitar informação vaga e sustentar sempre tudo”.

 

Após um breve debate, já que os alunos podiam fazer perguntas durante a apresentação, a jornalista deixou como mensagem aos aspirantes à profissão de que “devemos conhecer muito bem quem vamos entrevistar” ou seja, uma boa preparação é chave para o sucesso.

 

Na quinta-feira a seguir, dia 12 de abril, viu a reportagem "Já chama à doneça renal crónica e epidemia do século" ser distinguida pela Sociedade Portuguesa de Nefrologia, um trabalho que, segundo a mesma afirmou na aula aberta, “não estava à espera de receber”.

 

Imagem: facebook Paula Rebelo

 

Por: João Mota

 

 

publicado por jonasmota às 20:03

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