Manuel Molinos, editor online do Jornal de Noticias, marcou presença na Universidade Lusófona do Porto, no passado dia 29 de Abril.
Iniciou a sua intervenção recordando que o Jornal de Notícias foi o primeiro jornal português com versão Web. O editor do JN, até ao presente, já passou por vários órgãos de Comunicação Social, mas foi em 1993/94 que começou apostar na sua formação na área digital.
Em termos comerciais, o mercado não era atractivo para que se apostasse nos meios digitaís, daí que esta função de reportar as noticias para a Web, estava a cargo, somente de dois jornalistas, que se resumia básicamente na tranposição das noticias impresas para a Web.
Em 2008...a grande mudança
Até à data, a sobrevivência do Jornal de Noticias foi o jornalismo impresso, mas a aposta na formação e na tecnologia fez com que a empresa trabalha-se na mudança editorial do site, impulsionando-o para o jornalismo digital.
O meio online implica mudanças nas redacções, implica mudanças nos hábitos de trabalho, nas mentalidades e na aposta em tecnologia e formação. Nesse ano foi criado um núcleo de jornalistas para trabalhar com online, impulsionando a ideia para uma redacção integrada, trabalhando em plataformas digitais.
“Um jornalista actualmente tem de se conseguir adaptar facilmente às novas tecnologias que vão surgindo. Tem de saber trabalhar com vários plataformas e programas, flash, editores de videos, filmar, fotografar, entre outros.”
Manuel Molinos garante que “no JN todo o elemento multimédia é produzido pelos próprios”. Contudo, ele próprio esclarece que “não queremos ser televisão. Não faz sentido produzir para a web aquilo que se faz na TV”.
Depois da mudança do site regida pela inovação, o editor do JN online, fez ainda questão de lembrar, que o futuro (presente) é a passagem da informação para as redes sociais. Contando com um profissional, intitulado “gestor” de redes sociais, que não se limita somente a colocar “posts”, mas a ter uma presença activa e de interacção com os utilizadores, estando atento a diversas fontes de informação que nelas circulam ao longo do dia. A presença nas redes sociais, por parte do JN tem-se traduzido num visível aumento de tráfego. No facebook e no twitter são transmitidos, ao minuto, links, que redireccionam as pessoas para o site, onde é abordado mais extensivamente os temas postados nestas redes.
De 2008 a 2010, o JN esteve associado à PT alojado no domínio do Sapo, onde a maior parte das visitas ao jornal eram feitas pelo Sapo. Quando foi criado um domínio independente, houve receio de perder utilizadores, mas tal não aconteceu, porque o Google, começou a fazer referências às notícias, o que por sua vez, fez com que disparasse o número de entradas externas. Só no passado mês de Março, foram batidos recordes de visualizações na plataforma do JN online, contando com cerca de 2,3 milhões de page views.
O Futuro Mobile
Com a evolução tecnológica, o JN tem se envolvido num forte empenho e investimento com os dispositivos móveis, contando com aplicações APPS para iPad, iPhone, iPodTouch, Playstation Portable e muito brevemente para o sistema Andróid e Widgets TV da Samsung. Tem também disponível uma versão digital do jornal ( E-Paper) para computadores, Tablets e SmartPhones. O objectivo é proporcionar o acesso aos conteúdos de forma fácil e prática, dependendo do meio pelo qual se acede às notícias.
Em forma de conclusão referiu, que a forte ideia da presença do JN na área mobile é : “se existe um produto novo, nós queremos estar lá”...”o mesmo conteúdo para todos, mas o essencial é estar”.